Dizem que um bom negócio é a execução excepcional de uma ideia banal. Acredito mais nisso do que na ideia excepcional que é executada de maneira banal. E fico às vezes com pena de alguns empreendedores de nossa cidade, em especial os mais jovens que, arrogantemente, não se preocupam em prestar bons serviços. Ou pelo menos serviços completos: afinal, não basta ser simpático e sorridente para ter excelência no atendimento.
Tive pelo menos três exemplos nesta semana. Ao pegar o almoço num pague e leve da cidade, fiquei longe de um funcionário que não usava máscara e disse o porquê. Ele nem se tocou, continuou sem máscara. Peguei minha marmita, mas não estou com nenhuma vontade de voltar. Ah, era funcionário? Se ele age assim é porque o chefe deixa.
Passo num caminhão de abacaxis. Pergunto quanto custa. Ele diz: 3 por dez, 4 por 15. Falo: quero um, quanto é? Ele responde: só vendo três. Ora, pipocas, o que é isso? Nesses tempos de crise, ele escolhe a clientela? Só vai vender para famílias que consomem três abacaxis maduros de uma vez?
Terceiro caso e um pouco mais complicado. Perguntei a um comerciante que vende adesivos quanto custava colocar um no teto do carro, que está bem estragadinho – assim como o resto do carro, reconheço. Ele disse que não sabia, porque , como disse, “nós não colocamos o adesivo, só fabricamos”. Ora, minha ideia de adesivar o teto do carro, em alternativa a pintá-lo, sofreu um duro golpe. Se eu não sei o preço do serviço todo, como me animar a comprar o adesivo? E por que o fabricante não pode facilitar minha vida, se inteirando do processo e seu custo, em benefício de sua própria venda?