Um pequeno recado no Dia do Meio Ambiente

Um pequeno recado no Dia do Meio Ambiente

Você pode ser liberal ou conservador, ambientalista ou terraplanista, ter votado em Bolsonaro, Lula ou nulo no segundo turno das eleições de 2022.  Para a mudança do clima, isto não importa, escreveu Natalie Unterstell na Folha de São Paulo. Sendo assim, a menos que você, tendo muito dinheiro, se contente em viver numa bolha de ar condicionado, estará no mesmo barco do calor extremo ou das tempestades devastadoras que a maior parte da população.

Diz ainda a articulista que tragédias como a que atingiu o Rio Grande do Sul se tornarão mais frequentes com o aquecimento global, o que torna imprescindível a adaptação aos novos padrões climáticos. Essa tarefa é necessariamente coletiva e, para alcançar seus objetivos, deve ser embasada por informações científicas de qualidade, prever uma governança que garanta o cumprimento de suas metas e, ainda mais importante, resultar de um engajamento profundo da sociedade.

Em pequenas cidades como a nossa, isso se torna ainda mais importante a cada 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Aqui, mais do que viver, a gente convive. E deveríamos conviver mais, como nos tempos da Festa do Poste, das exposições agropecuárias e das madrugadas na Casa Verde, eventos que juntavam ricos e pobres na mais igualitária – e por isso mesmo democrática – convivência.

Isso nos engrandecia como população, nos fazia saber o que o outro precisa e, assim, exercitar a empatia e a solidariedade. Quanto mais nos compartimentamos e, consequentemente, nos distanciamos do outro, mais perdemos de vista a riqueza da espécie humana.

Novas gerações criadas em condomínios não saberão o que é a vida de quem luta por ela no dia a dia. Não saberão o que é pegar um ônibus lotado, sofrer na cabeça e no corpo o calor extremo para chegar ao trabalho e como dói a ausência de lazer refrescante e confortador nas horas de folga.

Para pelo menos proteger nosso povo do desconforto – quando não a tragédia – dos eventos climáticos extremos, temos que pensar em uma cidade mais organizada, mais humana, mais ambientalmente amiga. Pensada, planejada e administrada como tal.

Mais do que nunca, os políticos devem se comprometer em proteger a natureza, em benefício da população de Pedro Leopoldo. Isto inclui arborizar a cidade, criar espaços para absorção da água da chuva (a chamada cidade-esponja), programas de reciclagem e reutilização de resíduos, hortas urbanas, parques, entre várias ações de sustentabilidade ambiental.

Os próprios pedro-leopoldenses estão dando o exemplo. Caso de duas moradoras da rua Fidalgo, Élina e Mara, que, com um ato simples, estão revolucionando a vizinhança. Em substituição a duas árvores que morreram em frente a suas casas, elas plantaram no passeio duas espécies frutíferas – uma goiabeira e um limoeiro – que estão crescendo, embelezarão a rua, darão sombra e…. frutas.

Quem sabe no futuro, nossa cidade seja um centro de inovação , ostentando em suas ruas a atração mais antiga do mundo: a natureza em todo o seu esplendor. E teremos a rua das Goiabeiras, a avenida das Mangueiras, a praça das Laranjeiras. São ações como esta que fazem as pessoas felizes. E deixam um legado que várias gerações irão agradecer.

Bianca Alves

Criadora e editora do projeto AQUI PL, é formada em Comunicação Social pela UFMG e trabalhou em publicações como os jornais O Tempo, Pampulha, O Globo; revistas Isto é, Fato Relevante, Sebrae, Mercado Comum e site Os Novos Inconfidentes

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