Ser pai não é um negócio muito fácil. Pelo contrário! Para mim é um dos desafios mais difíceis que já encontrei na vida. Criar… educar uma criança! Transmitir valores e, ao mesmo tempo, carinho, responsabilidades e cobranças. Lidar com adolescentes, suas dúvidas, questionamentos e incertezas!
O grande problema é que não há um manual pronto e acabado a ser seguido. Então, a quantidade de erros já cometidos e a cometer não são pequenos. É claro que a gente inicia tal tarefa com toda a bagagem histórica e cultural já adquirida ao longo dos anos, que traz, inclusive, como fomos criados e educados pelos nossos pais. O que ajuda… mas só um pouquinho…
Aqui em casa eu sempre fui o pai que cobra, que dá bronca, que manda estudar e que tenta mostrar a vida como ela é: “longe de ser um mar de rosas”! Ao mesmo tempo, sou o cara que dá liberdade para as festas, os shows e para dormir na casa das amigas.
Nos últimos tempos, entretanto, venho refletindo sobre algo que quero muito começar a tentar passar – não apenas para as minhas duas filhas e o meu velho pai, que se tornou um terceiro filho na sua velhice. Quero trazer tal ensinamento também para mim.
É o viver com leveza, com menos preocupações! Trabalhar e vencer as ansiedades e o stress do dia a dia em casa, na escola e no serviço, afinal de contas, o grande desafio da vida é ser feliz! Algumas brigas fazem parte e são necessárias na nossa existência, mas, chegando perto dos cinquenta, a experiência acumulada nos ensina que o tentar viver com leveza, trabalhando a calma e a temperança, é o primeiro passo para a resolução rápida e eficiente das nossas angústias.
Dar valor ao que tem valor, procurar a paz e manter a calma e a sobriedade em momentos difíceis! Não há legado maior a ser deixado para os nossos filhos (as). E que bom que deu tempo de se fazer essa descoberta! Um primeiro passo. O próximo é dar o exemplo e colocar em prática! Difícil? Demais da conta! Mas a conscientização foi algo importante. Um início.
Então, como um pai em constante estado de aprendizagem, o negócio é trabalhar. Trabalhar para aprender e para que minhas filhas sejam pessoas bacanas e amigas. Que tenham empatia para com o próximo e se tornem conscientes de seus direitos e deveres. Sejam autônomas, inteligentes, independentes e livres. Mas, principalmente, leves, alegres e felizes! Tornar as dificuldades fáceis é algo tão difícil quanto ser pai. Os desafios são assim. Ser pai é um grande e constante desafio, principalmente quando se tenta ser feliz…