O médico Marcus Marinho se orgulha de ter participado de três momentos marcantes na vida de Manoel Pacheco e Dona Neném: as Bodas de Ouro, que marcaram os 50 anos do casamento dos dois; as Bodas de diamante, marcando os 60 anos e as Bodas de vinho, que festejaram os 70 anos de convivência do casal. “É uma família que eu prezo, que eu convivo há muito tempo e sou amigo de todos”, diz Marcus, que esteve nas três comemorações.
As bodas de vinho foram comemoradas no último dia 26 de julho, para alegria dos filhos Nélia, Nilo, Mery, Márcio e Eugenio, dos netos Denilson, Fabiane, Lilian, Tatiane, Elvis, Aline, Elizandra e Laura e dos bisnetos Larissa, Júlia, João Guilherme, Iara, Scarllet e Felipe. Seu Manoel está com 95 anos e dona Neném, cujo nome é Maria da Saúde, completou 90. Eles se casaram no dia 26 de Julho de 1951.
Manoel foi criado pelo tio na Vargem do Açude, após o falecimento da sua mãe. Transferiu-se na adolescência para Pedro Leopoldo, vindo a trabalhar em casa do Dr. Cristiano Otoni, onde residiu por longos anos. Devido ao seu interesse pelo trabalho, Dr. Cristiano solicitou uma vaga para ele na Fábrica de Tecidos Cachoeira Grande, na qual já trabalhavam suas irmãs. Passou então a residir com elas e uma tia em uma casa no histórico Quadro, a rua Nossa Senhora da Saúde, que pertencia à empresa.
Já Dona Neném veio de Lagoa dos Mares para Pedro Leopoldo ainda criança, para estudar. Teve então o apoio de D. Zita Barroso, amiga de sua mãe que a encaminhou para a casa de Urbino Souza (Bino Baiano) e Floripes (Baípa), que a acolheram como verdadeira filha. Por intercessão dos pais adotivos, que residiam em casa da mesma vila operária, começou a trabalhar na Fábrica de Tecidos.
Foi assim que o casal se encontrou, já que trabalhavam na mesma empresa e residiam próximos um do outro. Depois do namoro, noivado e casamento, se instalaram na mesma casa em que Manoel morava, pois suas irmãs já haviam se casado. Ali formaram um círculo de amizades e nasceram os filhos, numa vida de muito trabalho, mas também de alegria, música e dança, principalmente no famoso Clube do Industrial.
Manoel tinha espírito empreendedor e, com apoio da esposa, iniciou a carreira de comerciante, adquirindo um bar chamado “Café do Cumpadre”, depois bar Nosso Ponto, na praça Dr. Senra. Foi com essa jornada dupla de trabalho que conseguiu criar a família, comprar uma boa casa e um salão comercial, onde funcionou seu bar, até se aposentar. Após a aposentadoria, iniciou um novo trabalho junto ao amigo Elias na Ótica Imperial, onde atuou, durante 40 anos, junto a fornecedores em Belo Horizonte.
D. Neném, eximia cozinheira, fazia os melhores “tira-gostos” para o bar, cuidava do lar e dos filhos, mantendo firme e unida a família. Ao aposentar-se das lides culinárias, dedica-se à pintura dos livros de histórias para evangelização infantil e quadros de belas flores.