Semana de 03 a 07 de agosto de 2020
- Dados do IBGE mostram que a crise fechou 522 mil empresas no país. (IBGE)
- Com os impactos da pandemia de covid-19 sobre a atividade econômica e o mercado de trabalho do país, 3,8 milhões de famílias devem retroceder na pirâmide social e passar a integrar as classes sociais D/E (rendimentos de até R$ 2.564,00) em 2020, mostram estimativas realizadas pela consultoria Tendências. A base da pirâmide social abarcará um total de 41 milhões de famílias ao fim do ano, o equivalente a 56% dos domicílios brasileiros, a maior proporção desde 2009 (60%). No ano passado, 51% das famílias brasileiras estavam nas classes D/E, o correspondente a 37,2 milhões de lares. (Valor)
- As classes de menor renda serão infladas mesmo com a prorrogação do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 pelo governo. Embora o pagamento do auxílio tenha permitido a redução da extrema pobreza durante a pandemia, o valor do benefício é insuficiente para manter as famílias dentro do critério de classe C. (Valor)
- O Brasil foi um país de maioria “classe média” por um curto período de tempo. As classes A, B e C representaram somadas mais da metade dos domicílios do país somente entre 2013 e 2015, quando chegaram a representar 52,5% das famílias em 2014. Hoje, correspondem somados 44,1%. Para a classe C, a renda vai de R$ 2.564 a R$ 6.185. No topo da pirâmide estão as classes B (de R$ 6.185 a R$ 19.257) e A (a partir de R$ 19.257). (Valor)
- Os militares negociam com a equipe econômica para ampliar atribuições da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) e da Indústria de Material Bélico (Imbel). Em meio às discussões sobre uma eventual revisão do teto de gastos, o objetivo das Forças Armadas é garantir mais recursos e previsibilidade orçamentária para seus programas estratégicos. (Valor)
- A inflação controlada, que permitiu ao Banco Central cortar a Selic para nível historicamente baixo, diminuiu os gastos com juros do setor público para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nos 12 meses encerrados em junho de 2020. Em 2019, a carga de juros da dívida pública representou 5,1% do produto, ou R$ 367,3 bilhões em valores absolutos. A evolução da dívida pública depende de três fatores: crescimento econômico, resultados primários e taxa de juros real. (Valor)
- Em 2016, depois de começarem o ano em 9% do PIB, as despesas financeiras caíram a 6,5% em dezembro e seguiram em queda nos anos seguintes, para 6,1% em 2017, 5,5% em 2018 e, por fim, 5,1% no ano passado, acompanhando a queda dos juros. (Valor)
- O mercado inicia o mês de agosto mais otimista em relação ao tamanho da queda da economia brasileira, as previsões de retração estão variando entre 4,5% e 5,5%, para a maioria dos analistas.
- Renato Meirelles: A pandemia de coronavírus está revolucionando os hábitos de consumo no Brasil. Estamos no quinto mês de distanciamento social e o comércio digital deu um salto espetacular, atingindo um patamar que, em condições normais, levaria cinco anos para alcançar. (Folha)
- Luiz Felipe Pondé: John Stuart Mill, no século 19, falava da “mediocridade conglomerada” como traço típico da democracia burguesa, território por excelência da hipocrisia de classe média. Essa mediocridade conglomerada é agressiva, repressora e destrutiva da liberdade. Mill já sabia que o melhor alimento para essa mentalidade miserável é se achar um agente do bem. (Folha)
- O número de empresas criadas no país durante o segundo trimestre foi 23,2% menor do que o dos três primeiros meses de 2020, segundo a Boa Vista em levantamento divulgado dia 03-08-2020. Na comparação com o segundo trimestre de 2019, a queda foi de 16%. (Valor)
- O presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente o projeto de leique previa R$ 50 mil para trabalhadores da Saúde incapacitados pela Covid-19. O veto foi publicado na edição da madrugada do dia 04-08-2020 no Diário Oficial da União. (Meio)
- Diante do que considera ter sido uma resposta eficaz do setor bancário e do mercado de capitais, o governo redimensionou seus planos de socorro a grandes empresas, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (Valor)
- As eleições de 2022 e a rivalidade com alguns governadores têm sido argumentos levantados por auxiliares de Jair Bolsonaro para tentar convencê-lo a ampliar os gastos públicos fora do teto de gastos. Ao contrário do que defende o ministro Paulo Guedes, outros ministros estão cobrando mais obras de infraestrutura neste e nos próximos anos para impulsionar a economia e a popularidade presidencial. Para a equipe econômica abandonar o teto de gastos seria abrir mão da única âncora fiscal que sobrou para o governo e isso seria punido pelo mercado financeiro, na forma de juros mais altos e dificuldade na rolagem da dívida pública. (Valor)
- A corrente de comércio caiu de US$ 231,1 bilhões de janeiro a julho de 2019 para US$ 212,2 bilhões em igual período de 2020. No acumulado até julho, as importações ficaram em US$ 90,9 bilhões, queda de 10,5%. As exportações somaram US$ 121,286 bilhões, com queda de 6,4%, sempre pela média diária. O superávit da balança comercial de julho alcançou US$ 8,06 bilhões, com alta de 237% contra igual período de 2019 e recorde da série histórica do governo, considerando todos os meses. Apesar do efeito positivo do resultado nas contas externas, porém, analistas destacam que tanto embarques quanto desembarques caíram. A queda das importações em julho foi de 35,2% ante igual mês do ano passado. (Valor)
- Dos R$ 120 bilhões que o governo quer arrecadar com o novo imposto sobre transações, R$ 70 bilhões seriam destinados para custear a desoneração da folha de pagamento. Pelo modelo em estudo seriam necessários R$ 40 bilhões para a desoneração do salário mínimo, que seria integral, e outros R$ 30 bilhões para bancar uma redução de 20% para 15% da contribuição patronal do INSS para as demais faixas salariais. Sem a arrecadação de R$ 120 bilhões – que viriam da criação, caso aprovado pelo Congresso Nacional, do imposto sobre transações com uma alíquota de 0,2% -, seria praticamente impossível garantir essa redução de carga tributária sobre a folha de pagamento. (Valor)
- Ainda com a receita do imposto sobre transações, a ideia é destinar algo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões para elevar o limite de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 3 mil. Além disso, entre R$ 20 bilhões ou R$ 30 bilhões, seriam direcionados para viabilizar a criação do Programa Renda Brasil, que seria resultado da junção de Bolsa Família, abono salarial e seguro-defeso, entre outros. (Valor)
- A produção da indústria brasileira cresceu 8,9% na passagem de maio para junho, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado mensal, a produção da indústria cai 10,9% no acumulado do ano e também recua 5,6% no acumulado em 12 meses. O IBGE revisou, ainda, o dado referente a maio deste ano, na comparação com abril, de aumento de 7% para alta de 8,2%. (Valor)
- Os três maiores bancos privados do país — Itaú Unibanco, Bradesco e Santander — tiveram lucro líquido recorrente de R$ 10,214 bilhões no segundo trimestre. O resultado foi 39,4% inferior ao obtido no mesmo período de 2019, e reflete as provisões constituídas contra perdas no crédito decorrentes da crise do coronavírus. (Valor)
- Vinicius Torres Freire: “A reforma tributária Bolsonaro-Guedes quer tirar R$ 32 bilhões por ano dos trabalhadores com carteira assinada, porque pretende diminuir a contribuição patronal para o FGTS. Quer acabar com as deduções com despesas médicas e educação no Imposto de Renda ou limitá-las — se acabasse com tudo, seriam outros R$ 20 bilhões anuais. O imposto que substituiria o PIS/Cofins, a CBS, deve aumentar a carga tributária, em particular pesando mais sobre serviços consumidos pelos mais ricos, que se chamam de classe média (que pagam escolas e outros cursos, profissionais de saúde, terapeutas em geral, advogados, arquitetos etc.). Uma nova CPMF vai encarecer tudo para todo mundo e vai reduzir ainda mais o rendimento das aplicações financeiras. Lucros e dividendos seriam mais tributados, pegando de jeito profissionais liberais. Em resumo, o 10% mais rico do país, que tanto votou em Jair Bolsonaro, não parece ciente de que está para levar uma tunga do seu eleito. Esse 10% mais rico se chama de ‘classe média’, pois mede seu padrão de consumo com a escala de países como Estados Unidos e aqueles da Europa ocidental. A maioria de fato não é ‘rica’, nesse critério, mas está no topo da pirâmide da pobreza brasileira.” (Folha) (Meio)
- A Microsoft planeja zerar a produção de lixo de suas operações até 2030. Também prometeu parar de usar plásticos descartáveis em suas embalagens até 2025. A empresa disse que criará “Centros Circulares” para reutilizar ou reciclar 90% de seus resíduos no local, em vez de enviá-los para recicladores. Essas metas, no entanto, não devem ser estendidas para seus fornecedores e ainda não levam em conta sua produção de lixo eletrônico. Mesmo assim, a Microsoft tem se tornado uma das big techs mais focadas na pauta de sustentabilidade. No começo do ano, já havia anunciado seu plano de negativar sua emissão de carbono até 2030. (Meio)
- As Forças Armadas querem mais R$ 2,5 bilhõespara caças, foguetes e submarinos. Encontrará resistência no ministério da Economia. (Globo) (Meio)
- O BC cortou mais uma vez a taxa Selic em 0,25 ponto percentual para 2% ao ano, renovando mínima histórica. A decisão foi unânime e o Copom sinalizou que se houver espaço para mais ajustes, deve ser pequeno. (Valor Investe) (Meio)
- Os pedidos de seguro-desemprego somaram 570.543 em julho, queda de 8,8% sobre o mesmo período do ano passado, quando chegaram a 625.605. Em relação a junho deste ano, quando foram 653.174 solicitações, o recuo foi de 12,7%. No acumulado de 2020, no entanto, foram contabilizadas 4.521.163 solicitações, alta de 11,1% sobre o mesmo período do ano passado (4.068.385). (Valor)
- O comércio internacional da região da América Latina e Caribe cairá 23% em 2020 em decorrência dos efeitos econômicos da pandemia, afirmou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A queda prevista é mais acentuada do que na crise financeira de 2009, quando a contração foi de 21%. (Valor)
- A taxa de desemprego chegou a 13,3% no segundo trimestre deste ano, informou ontem o IBGE. O índice é o pior para o período desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em 2012, e só perde para o primeiro trimestre de 2017 (13,7%). Entretanto, a situação do mercado de trabalho é ainda mais complicada do que o índice mostra. E tende a piorar nos próximos meses. Segundo o IBGE, o número de desocupados (quem procura por vaga) se manteve estatisticamente estável em 12,8 milhões de pessoas comparada ao trimestre anterior e com igual período de 2019. Já a população fora da força de trabalho (que não procura emprego) saltou 15,6% na margem e foi a 77,78 milhões de pessoas no segundo trimestre. (Valor)
- Junho foi o terceiro mês consecutivo no qual a China ultrapassou o Brasil como principal parceiro comercial da Argentina. No mês, as exportações aos chineses cresceram 51,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, quase a mesma proporção em que as vendas para o Brasil caíram (48,9%). As importações argentinas recuaram como um todo, mas a queda foi mais acentuada.
- O Plano Pró-Brasil vem aí. Ele foi estruturado em dois eixos fundamentais, “ordem” e “progresso”. O primeiro eixo visa aprovar, implantar e modernizar os marcos regulatórios para melhorar o ambiente de negócios, trazendo segurança jurídica para investidores. O segundo eixo aborda as concessões e os investimentos em obras públicas, visando a geração de empregos. O Ministério da Infraestrutura enviou à Casa Civil uma lista com sugestões para o programa contemplando 153 obras públicas, com uma dotação de R$ 40,4 bilhões no período de 2020 a 2023. (Valor)
- O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,44% em julho, após apresentar alta de 0,30% um mês antes, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do maior resultado para um mês de julho desde 2016, quando o índice foi de 0,64%. O INPC acumula alta de 0,80% no ano e de 2,35% nos últimos 12 meses. (Valor)
- O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,36% em julho, após subir 0,26% em junho, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior índice para um mês de julho desde 2016 (0,52%). No acumulado em 12 meses, o IPCA acelerou a alta para 2,31% em julho, acima dos 2,13% acumulados até junho. De janeiro a julho, a inflação oficial acumula agora 0,46%. (Valor)
- O novo programa de transferência de renda do governo atenderá 26 ou 27 milhões de brasileiros, informou hoje o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista à Fundación Internacional para la Libertad (FIL), uma organização não-governamental baseada na Espanha. O benefício será pago a 20 milhões de pessoas já atendidas antes da pandemia pelo Bolsa Família e a mais 6 ou 7 milhões de pessoas que “realmente necessitam” dessa ajuda, dentre os 38 milhões de “invisíveis” descobertos com o pagamento do auxílio emergencial. (Valor)
- O Senado aprovou ontem projeto de lei que estabelece um teto para os juros do cartão de crédito e do cheque especial durante o estado de calamidade pública, em vigor até o dia 31 de dezembro deste ano. A proposta limita em 30% ao ano os juros para essas duas linhas. Já as “fintechs” terão teto de 35%. Agora o projeto de lei seguirá para a análise da Câmara dos Deputados. (Valor)
- O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou a parlamentares que é contra o projeto aprovado pelo Senado para limitar os juros do cheque especial a 30% ao ano para os bancos e a 35% para as fintechs. Na sua avaliação, essa proposta acabaria por prejudicar os consumidores, com a cobrança de taxas para compensar a perda de receita. (Valor)
- A economia da Argentina está em crise há muitos anos, mas, agora, tem um motivo para se vangloriar em relação ao Brasil. A companhia portenha Mercado Libre (ou Mercado Livre, em português) superou a Vale e se tornou a empresa mais valiosa da América Latina. (Valor)
- A venda de veículos manteve queda em julho na comparação com um ano atrás. Foram licenciados no mês passado 174,5 mil veículos, uma retração 28,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos sete meses do ano, o volume total de 983 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus licenciados representou uma queda de 36,6% em relação a igual período de 2019.
Fontes: Jornal Valor, G1, IBGE, Canal Meio Newsletter, Blog do Paulo Gala, Globo, Estadão e Folha.