- O ministro da Economia, Paulo Guedes, pode contar com o apoio da Câmara dos Deputados para a proposta de reforma tributária apresentada pelo governo. Mas os parlamentares esperam que ela seja mais ampla. A primeira fase do texto do governo propõe apenas a unificação do PIS e da Cofins, chamado de Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que teria alíquota de 12%. Líderes partidários defendem que as medidas sejam acopladas aos projetos já em discussão no Congresso. A proposta da Câmara elimina cinco impostos e a do Senado substitui nove por um único sobre consumo. Para deputados, a divisão é porque Guedes tem receio de incluir estados e municípios no debate — afinal, como alguns destes impostos não são federais, governadores e prefeitos terão de participar da negociação sobre divisão. (Folha) (Meio)
- Analistas começaram a calcular o impacto da reforma tributária proposta pelo governo federal para os bancos brasileiros. No total, as instituições financeiras podem ter de pagar R$ 6 bilhões a mais em tributos, baseado no montante desembolsado no ano passado. Com isso, o lucro líquido deve ser reduzido em até 3,9% em 2021, considerando o pior dos cenários. (Valor)
- Um dos projetos do ministro é a criação de uma CPMF digital — uma taxa de 0,2% em cima das transações eletrônicas. (Meio)
- Compra e venda de armas vai bem, obrigado: uma das bandeiras de campanha de Bolsonaro, o número de novas armas nas mãos de cidadãos comuns cresceu 601% em dez anos. Em 2009, 8.692 novas armas foram registradas — o número saltou para 60.973 em 2019, quando foram editados decretos que flexibilizam as regras de portes. Em 2020, até abril, já foram 33.776. (Globo) (Meio)
- Os programas do governo federal para recompor a renda de parte da população durante a pandemia de covid-19 devem fazer com que a massa de renda disponível neste ano fique até um pouco maior que em 2019, mas ainda assim a demanda das famílias deve cair forte por causa de fatores como a chamada poupança precaucional e do próprio isolamento social. (Valor)
- O Banco Central segue empenhado em convencer o Congresso Nacional a criar um depósito voluntário remunerado das instituições financeiras. Para o BC, o instrumento é mais eficiente do que as operações compromissadas e poderá, também, corrigir distorções na contabilidade da dívida bruta. (Valor)
- Os depósitos remunerados, assim como as operações compromissadas, são uma forma de o Banco Central retirar o excesso de dinheiro da economia evitando que os juros negociados em mercado caiam abaixo da meta da taxa Selic. De forma análoga, permitem injetar dinheiro para evitar que o juro suba acima da Selic. (Valor)
- O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou, em comunicado, lançamento de linha de crédito emergencial do Fundo Setorial do Audiovisual. O valor da linha é de R$ 400 milhões. Os recursos serão destinados à manutenção dos empregos e da cadeia produtiva do setor, e visam beneficiar produtoras, distribuidores e exibidores. (Valor)
- A empresa que mantiver, repuser ou ampliar postos de trabalho ao longo de um ano terá direito a um custo financeiro reduzido, de 0,5% ao ano, além da Taxa Referencial (TR, que atualmente está em zero). Se houver demissões sem reposição, esse custo permanece em TR mais 4% ao ano. O pagamento de empréstimo terá carência de 24 meses e prazo total para pagamento de até oito anos. (Valor)
- O consumo de energia elétrica no Brasil recuou 3,4% em junho, na comparação com igual mês de 2019, segundo o boletim mensal de carga do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Frente a maio, por outro lado, houve um aumento de 2,5% na carga, o que sinaliza que o pior momento já passou. O operador destaca, no entanto, que a retomada ainda é modesta, com as empresas ainda operando em níveis abaixo da sua capacidade. A recuperação representa somente 60% do que foi perdido entre março e abril. No acumulado dos últimos 12 meses, o Sistema Interligado Nacional (SIN) registra uma queda de 2%, se comparado com igual período do ano anterior. (Valor)
- Os cinemas perderam R$ 1,1 bilhão em receita e 64 milhões de espectadores de 20 de março até meados de julho, com as medidas de isolamento social determinadas para conter a covid-19. O cálculo é da Federação Nacional das Empresas Exibidoras de Cinema (Feneec), considerando o movimento do setor no mesmo período do ano passado. (Valor)
- A chanceler alemã Angela Merkel, em geral muito rígida na conduta econômica, e o presidente francês Emmanuel Macron assinaram com outros líderes europeus um plano de estímulo econômico de €750 bilhões. É o equivalente a R$ 4,5 trilhões. O dinheiro que comporá o fundo da União Europeia será angariado com a venda de títulos públicos que os países farão de forma conjunta. Todos serão responsáveis pela dívida. E a distribuição ocorrerá tendo por critério a escolha das 27 nações do bloco mais pesadamente atingidas pela pandemia. (Meio)
- O Indicador Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o Brasil, avançou 12,6% em junho na comparação mensal dessazonalizada, de acordo com dados apurados pelaBoa Vista. Na avaliação acumulada em 12 meses, o indicador apresenta retração de 3,3%. No acumulado do ano houve queda de 8,5% contra o mesmo período do ano passado. Já em relação ao mesmo mês de 2019, o varejo recuou 5,5%.
- O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, detalhará um plano de US$ 775 bilhões para ajudar famílias sob pressão financeira que lutam para cuidar de crianças e idosos durante a pandemia de covid-19. Assessores da campanha do ex-vice-presidente anteciparam que o pacote pode gerar 3 milhões de novos postos de trabalho para cuidadores e educadores, o que ajudaria muitos americanos a voltarem ao mercado após a crise. (Valor)
- A diretoria do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), o Banco do Brics, aprovou ontem empréstimo de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) ao Brasil. O valor será usado integralmente para o pagamento do auxílio emergencial do governo federal a cerca de 5 milhões de pessoas, como forma de combate aos efeitos econômicos mais imediatos da covid-19. As partes negociam, ainda, uma segunda operação de igual valor, mas com foco na reativação da economia após a crise. (Valor)
- O US$ 1 bilhão do NDB se soma a financiamentos de outros cinco bancos ou agências multilaterais: BID, Banco Mundial, Banco de desenvolvimento da América Latina – CAF, a francesa AFD e o alemão KfW. Trata-se de esforço conjunto que resultará em empréstimos totais da ordem de US$ 4 bilhões ao Brasil. (Valor)
- O lucro da fabricante de bebidas Coca-Cola caiu 32% no segundo trimestre, na comparação anual, para US$ 1,78 bilhão. O desempenho foi diretamente afetado pela pandemia da covid-19. Com o fechamento de estabelecimentos como bares e restaurantes no mundo todo, a receita da companhia recuou 28%, para US$ 7,15 bilhões. Cerca de metade de toda a receita da empresa tem como origem o que ela chama de “canais de venda fora de casa”. (Valor)
- O ministro da Economia, Paulo Guedes, encaminhou ao Congresso Nacional o que chama de primeira parteda proposta de reforma tributária do governo. A proposta unifica PIS e Cofins, que são dois impostos federais e cria a Contribuição de Bens e Serviços (CBS). Pela proposta, o setor de serviços, um dos mais atingidos pela pandemia, deve pagar mais Numa segunda etapa, o governo definiu que vai acabar com deduções de saúde e educação em troca da correção da tabela do Imposto de Renda. (Meio)
- O setor serviços já se colocou a favor da criação de uma nova CPMF e da unificação do PIS/Cofins, se, em contrapartida, for retirada a contribuição previdenciária da folha de pagamento. (Globo)
- O Fundeb foi enfim aprovado na Câmara, votado em dois turnos por ser emenda à Constituição. A previsão é de mais do que o dobro de gastos da União com educação básica, passando da complementação atual de 10 para 23%. 499 deputados votaram a favor na primeira rodada, contra 7. Na segunda, 492 versus 6. São os deputados mais ligados ao presidente Jair Bolsonaro que votaram contra, nomes como Bia Kicis e o ‘príncipe’ Luiz Philippe de Orléans e Bragança. A matéria vai ao Senado. (Folha) (Meio)
- O discurso de ódio tem crescido nas redes sociais. Desde o início dos protestos contra o racismo nos EUA, a taxa desse tipo de conteúdo foi quase três vezes maior que a normal, segundo a DoubleVerify. O discurso de ódio estava em queda antes, mas com esse aumento, as big techs têm sofrido pressão para reajustarem suas políticas. O Facebook está em meio a um boicote de anúncios e a Aliança Global para Mídia Responsável (GARM), um órgão da indústria composto pelas maiores empresas de publicidade do mundo, concordou em tentar definir o discurso de ódio em todo o setor. (Meio)
- André Roncaglia: O Estado sempre foi peça central no desenvolvimento tecnológico dos países ricos. Exatamente por conta de sua ampla capacidade de mobilizar recursos via orçamento público, bancos de desenvolvimento e variadas formas de poupança forçada, o Estado consegue enfrentar os assombrosos riscos de insucesso envolvidos na pesquisa básica em inovação tecnológica no estado da arte em cada campo do saber. Uma vez superada a fase em que os investimentos geram apenas despesas e nenhum retorno financeiro, as inovações são então aproveitadas pelo setor privado que as transforma, por meio de desenvolvimentos acessórios e agregados, em bens ou serviços proprietários comercializáveis na economia. (Blog do Paulo Gala)
- O governo brasileiro tem tripudiado com a China, sempre que pode, querendo mostrar serviço para os Estados Unidos. É sempre bom lembrar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Nada menos de 76% do saldo da balança comercial brasileira entre janeiro e abril vêm apenas do comércio com a China, comparado à média de 45% nos últimos anos.
- O Banco Central (BC) deu um novo passo para estimular o crédito com garantia imobiliária, pouco utilizado no Brasil, ao permitir que um mesmo imóvel seja usado para lastrear mais de um empréstimo. Da forma como foi desenhada, porém, a medida terá efeito limitado sobre a competição entre bancos e fintechs. (Valor)
- O fluxo cambial em 2020 até o último dia 17/07 está negativo em US$ 15,511 bilhões. Na conta de capital, o saldo é negativo em US$ 42,534 bilhões, na conta comercial tem entrada líquida de US$ 27,023 bilhões. (Valor)
- País rico é outra coisa: Senadores republicanos dos Estados Unidos estão discutindo a possibilidade de prorrogar o pagamento de um auxílio semanal extra de US$ 600 a americanos desempregados, um benefício criado após a pandemia de covid-19, para ter tempo suficiente para negociar uma solução de longo prazo. (Valor)
- A operação de crédito estruturada para dar maior liquidez ao setor elétrico e conter aumentos na tarifa de energia durante a crise da pandemia, a “Conta-Covid”, reuniu 16 bancos que vão repassar R$ 15,29 bilhões, conforme anunciou ontem a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). (Valor)
- Um alerta de Bernard Appy, economista especialista no sistema tributário brasileiro: A discreta reforma tributária apresentada pelo ministro Paulo Guedes pode terminar por elevar a carga de impostos. “O governo não apresentou os cálculos para mostrar como chegou a esse resultado”. Uma das constatações é de que bancos pagarão menos enquanto o setor de serviços, mais. (CBN) (Meio)
- Com um aumenta de alíquota que salta dos 4,5% de PIS/Cofins e vai para 12% com o novo CBS, o setor serviços quer travar a reforma. (Estadão) (Meio)
- Igrejas, partidos, entidades de classe e a Zona Franca ficariam isentos. Bancos, seguradoras e instituições financeiras pagariam alíquota de 5,8%. As demais empresas, 12%, mais que a maior parte das alíquotas praticadas hoje. (Meio)
- A proposta pune alguns dos setores mais atingidos pela pandemia, em especial os intensivos em mão de obra, que não geram créditos para compensar no modelo adotado pelo novo imposto. É o caso de hotéis, restaurantes, hospitais, empresas aéreas, de telecomunicações, segurança ou educação. O efeito seria particularmente trágico para os negócios já ameaçados pelo novo coronavírus. (Meio)
- O OLX e o eBay vão se juntar e formar a maior plataforma de anúncios classificados online. A transação de US$ 9,2 bilhões tornará o eBay o maior acionista da Adevinta, dona do OLX. A fusão deve ser concluída no 1º trimestre de 2021 e está sujeita à aprovação de acionistas da Adevinta e de autoridades regulatórias. (Meio)
- A parcela de mulheres afastadas do trabalho em junho devido à pandemia, 18,3%, se manteve muito superior à de homens nesta mesma situação (11,1%). Embora o número de trabalhadores afastados pela crise em ambos os sexos tenha caído entre maio e junho (-22%, para 11,8 milhões de pessoas), a disparidade de gênero já havia sido verificada no mês de maio, quando 23,5% estavam paradas ante somente 15% de homens. (Valor)
- Os negócios que mais tiveram os empregados afastados em junho foram os de alojamento e alimentação, 23,1% do total. Taxas altas de afastamento ainda são verificadas nos serviços de transporte (17,1%) e administração pública, defesa e seguridade social, educação e saúde (16,9%). (Valor)
- O BC constatou, a partir dos dados sobre o volume de dinheiro em circulação na economia, que muitos beneficiários do auxílio emergencial guardaram recursos para gastar mais tarde. Essa poupança poderá virar consumo até dezembro, bem depois do fim dos programas de transferência de renda, que a princípio acaba em agosto. (Valor)
- Fausto Oliveira: “O Department of Energy (DOE) dos EUA anunciou um pacote de financiamento a empresas do país para pesquisas em aplicações demonstráveis do hidrogênio como combustível substituto ao diesel. A iniciativa H2@Scale quer escalar a produção e aplicação de soluções de energia à base de hidrogênio. Abertamente, assume que a ideia é tanto promover a alternativa energética limpa como promover a competitividade futura de sua indústria e gerar empregos”. (Blog do Paulo Gala).
- Há uma nova guerra fria em curso, e desta vez os rivais são EUA e China. Os Estados Unidos estão batendo de frente. Atacam empresas chinesas de tecnologia como Huawei e, mais recentemente, Tik Tok. Esta semana, a Casa Branca pediu que o consulado chinês em Houston fosse encerrado. Como na Guerra Fria que dominou a segunda metade do século 20, este é um conflito que tem, no centro, uma disputa de modelos. Há semelhanças e há diferenças. Assim como a União Soviética dos anos 1950 e 60, a China tem se mostrado capaz de disputar em avanços tecnológicos. Mas os soviéticos nunca conseguiram brigar economicamente. Os chineses podem ultrapassar os americanos em PIB. E não têm nada de inocentes. Seu regime está avançando sobre Hong Kong, por exemplo, violando o acordo de garantia da manutenção de uma democracia na ilha. Assim como aperta a opressão sobre minorias étnicas. (Meio)
- As fileiras do desemprego receberam quase 1,7 milhão de pessoas a mais só no mês de junho. A alta de 16,6% na comparação com maio elevou o total de desocupados de então a 11,8 milhões, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em junho, mostra o IBGE, foram 17,8 milhões os brasileiros que não buscaram emprego por conta da pandemia ou por “falta de trabalho na localidade”, embora dissessem ter vontade de trabalhar. Esse número é menor que o de pessoas nessa mesma situação em maio, 18,4 milhões. Quando considerados os que apontavam outras razões para não buscarem oportunidades, o número de pessoas fora da força de trabalho que, ainda assim, dizem querer um trabalho sobe para 26,7 milhões. Se somados com os 11,8 milhões desocupados, teremos uma subutilização de 38,5 milhões de pessoas. (Valor)
- O indicador de Demanda por Crédito do Consumidor, calculado pela Boa Vista nacionalmente, avançou 6,8% em junho na comparação com maio, já descontadas as influências sazonais. No acumulado do ano o indicador caiu 15,4% contra o mesmo período de 2019. Já no acumulado em 12 meses, a demanda por crédito se aprofundou ainda mais no campo negativo e registrou queda de 6,3%. Apesar do bom desempenho em junho, o indicador ainda segue bastante fragilizado e sem uma tendência clara sobre seu ritmo de recuperação. (Valor)
- Tensão Sino-Americana e queda do dólar elevam cotação do ouro: Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de ouro para entrega em agosto fechou em alta de 0,40%, negociado a US$ 1.897,50 por onça-troy. Na máxima do dia, o ouro tocou a marca de US$ 1.904,60. (Valor)
Fontes: Jornal Valor, G1, Canal Meio Newsletter, IBGE, Globo, Estadão e Folha.