Há alguns anos nos acostumamos a ter em boa parte da cidade de Pedro Leopoldo uma coleta seletiva feita de porta em porta. Esse tipo de serviço, embora seja determinado por lei e uma necessidade urgente do ponto de vista da emergência climática, não acontece em grande parte dos municípios brasileiros. Aqui em PL, éramos privilegiados e não sabíamos.
Fomos nos acomodando a imaginar que nosso papel de cidadão ecologicamente responsável era apenas separar o lixo orgânico do reciclável e colocar esse último na porta de nossas casas nos dias de coleta. Saco na rua, porta de casa fechada, “plim”, num passe de mágica, o lixo desaparecia do nosso entorno e das nossas preocupações.
Por trás dessa ilusão, porém, outra cena acontece. Nela estão os catadores e seu trabalho: pesado, insalubre, desvalorizado, mal pago e INVISIBILIZADO. Tão invisível que, para ser notado, precisa estar ausente. Notamos os profissionais da reciclagem e seu importante trabalho quando eles nos faltam. Mas quais foram as ações do poder público e nossas enquanto sociedade civil feitas por eles e com eles nos anos em que nos serviram todas as semanas de porta em porta?
Quem cuida de quem cuida da nossa cidade?