O Mapa do turismo brasileiro mudou e Minas Gerais revelou 285 municípios, sendo o estado com maior número de cidades inseridas na região Sudeste – entre elas, Pedro Leopoldo – e o segundo do país. Estar no mapa não quer dizer necessariamente ser uma cidade que recebe turistas – pode ser um provedor ou fornecedor de mão de obra ou de produtos destinados ao turista, ou seja, a inclusão segue o raciocínio de que o turismo pode fomentar atividades em toda uma região e não especificamente em uma cidade.
Acontece que Pedro Leopoldo pode sim ser uma cidade turística. Para isso, não faltam “produtos” que atraiam para cá pessoas de outros lugares: temos aqui os registros da vida do maior médium do planeta, Chico Xavier, mineiro e brasileiro do século, admirado por milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Somos também a cidade natal de Luzia, a primeira brasileira, cujo fóssil encontrado na Lapa Vermelha tem mais de 13 mil anos e é parte de um patrimônio arqueológico importante e reconhecido.
O turismo, a indústria que mais cresce no mundo e não é poluente, tem exemplos de cidades que arrecadam receita e geram empregos com produtos bem menos relevantes. É só pensar em Varginha e seu ET, que leva muita gente até lá. Ou a cidade de Dallas, no Texas, que recebe mais de 500 mil turistas por ano para ver o lugar em que o presidente John Kennedy foi baleado e morto.
Hoje a cidade, mesmo sem estrutura de receptivo turístico, recebe centenas de pessoas, que vêm conhecer o lugar onde Chico Xavier nasceu, viveu, encontrou pela primeira vez seu guia espiritual, escreveu seus mais importantes livros.
Para quem não sabe, a cidade chegou a ter oito hotéis enquanto Chico estava aqui, tantos eram os visitantes. Temos um Circuito interno, chamado Caminhos de Luz, que inclui a Estação Ferroviária, a Fazenda Modelo, a casa de Chico Xavier, o Centro Espírita Luiz Gonzaga e até mesmo a Fábrica de Tecidos, onde ele trabalhou ainda garoto, em condições duríssimas. Não há porém sequer um mapinha que localize esses lugares para quem chega. E o memorial em sua homenagem, no Capão, é apenas um esqueleto, anos depois que as obras começaram.