A Mecbrun, empresa industrial situada em Pedro Leopoldo, promove continuamente campanhas internas envolvendo temas diversos como saúde, inclusão e promoção da cidadania. A mais recente iniciativa da empresa neste sentido envolve a causa autista e nasceu de uma entrevista com a advogada Marina Mesquita, mãe atípica de dois filhos autistas e o Gerente de Saúde da Apae Pedro Leopoldo, João Felipe Passos.

Realizada no último dia 2 de abril, quando foi comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a entrevista teve objetivo de promover uma campanha de conscientização e esclarecimentos à sociedade sobre o TEA (Transtorno do Espectro autista).

Durante o processo, Marina Mesquita revelou o desejo de viabilizar o acesso aos cordões do TEA, o que fez surgir a campanha “Autismo, faça valer o seu direito”. Para muitas famílias, o acesso a este cordão, que custa em média R$ 70,00, poderia comprometer os recursos destinados aos tratamentos do transtorno.

A Mecbrun então, se propôs a distribuir de forma gratuita estes cordões, com objetivo de auxiliar a identificação das pessoas com autismo, fazendo valer os seus direitos. Eles são previstos pela Lei 12764 § 2º, que oficializa o cordão com desenhos de quebra cabeça e símbolo nacional de identificação de pessoas com deficiências ocultas.

Prontamente, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Pedro Leopoldo, através do gerente de saúde João Felipe, também abraçou a causa, organizando a entrega destes cordões para as pessoas que realmente necessitam. Foram distribuídos mais de 1000 cordões em todo o Brasil.

A entrega dos cordões à Apae aconteceu em um evento realizado no último dia 20 de outubro, com a presença de Mariana Issa, Daniele Gonçalves, Wanderson José e Eduarda Lima, da empresa Mecbrun e dos representantes da Apae, João Felipe e Tatiane, além de Marina Mesquita, ao lado da comunidade autista e seus familiares.

“Escolhemos a Apae porque eles são mais conhecedores do tema do que nós e sabem identificar as pessoas que realmente necessitam deste cordão. E nos propusemos a apoiar este trabalho”, explicou a diretora administrativa da Mecbrun, Mariana Issa.

Amar além de si próprio

Apesar de hoje utilizar recursos particulares, Marina Mesquita afirma que a Apae de Pedro Leopoldo foi essencial no desenvolvimento das crianças que, atualmente, estudam em escolas inclusivas. “Já é comprovado que o autismo não se trata de uma incapacidade da criança ou do adulto e sim de uma condição comportamental que o diferencia de um padrão social que foi “intitulado” como adequado. Ser mãe de autista é aprender a amar alguém além de si mesmo”, define a advogada.

O psicólogo e Gerente de Saúde da Apae Pedro Leopoldo, João Felipe, atua há 15 anos junto a pessoas com Transtorno do espectro autista. Segundo ele, esta é uma condição caracterizada por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação ou na linguagem. Inclui tudo aquilo que se manifesta em termos de sintomas e características de forma repetitiva, ou seja, de uma leve dificuldade na interação social até quadros que necessitam de mais cuidados, como uma criança ou adulto não verbal.

“É um mito achar que as pessoas com autismo se manifestam e se comunicam de forma generalizada. Se a pessoa com TEA tiver o nível de suporte essencial, ela irá se organizar na sociedade muito bem para fazer aquilo que gosta”, garante o psicólogo.

A Mecbrun deseja que, com esta ação, os autistas recebam a atenção, carinho e as prioridades necessárias para os atendimentos de saúde, previstas por lei. A empresa se dispôs a dar continuidade ao projeto, ofertando a outras famílias o acesso aos cordões. Vale lembrar que a Apae oferece todo o suporte necessário para estas famílias e ficará responsável pelo controle e entrega dos cordões de identificação para as pessoas com TEA.