Nesta semana que antecedeu o Dia dos Pais, li, ouvi e assisti vários depoimentos de pais millennials, aqueles que hoje têm em torno de 40 anos – a definição estrita aponta para os nascidos entre 1980 e 1995. Me chamou atenção, por exemplo, um depoimento do rapper Emicida, no qual ele revelou, com um olhar condescendente sobre as tragédias do passado, as várias surras que tomou na infância, de vários membros de sua família.
Ele, naturalmente, não bate em seus filhos e deixou isso claro. Gosto muito do rapper, que considero uma voz lúcida de sua geração e, talvez por isso, me deu vontade de dizer pra ele com orgulho que, há quase 60 anos, meu pai também não me batia.
Para ser sincera, levei uns tabefes de João de Nini uma vez, ainda bem novinha e depois de uma travessura atroz, dessas que é preciso ser um monge tibetano para relevar. Mesmo assim, fechada no quarto e chorando convulsivamente, recebi a visita de papai, que vinha me pedir desculpas.
Foi melhor do que não apanhar, pois fortaleceu-se ali um vínculo de compreensão que, se não nos livrou de inúmeras discussões e grandes conflitos nos anos posteriores, aplicou porém o carimbo de “amor” numa relação de pai e filha que se estendeu, presencialmente, por mais de quarenta anos.
Sei então que aquilo que é comum na relação entre pais e filhos pequenos na atualidade era raro naquela época. E é com alegria que vejo a seriedade com que os novos pais evitam os beliscões e tapas, substituídos pela cara feia e a demonstração clara de desagrado, ou mesmo castigos que não implicam em dor física. E é assim, mais suaves e cheios de princípios e doces sentimentos, que os pais das gerações X, Y e Z estão preparando, tenho certeza, uma nova geração de bons pais. (Bianca Alves)
Fim da criança raiz, início dos meninos humanizados depois do “não”
Matheus Utsch
Fico sempre feliz com o chamado da Bianca para o dia dos pais e, em tempos de leitura pouca, vou ser conciso, até mesmo porque meu passado se fundiu com o presente. A melhor lembrança que dá significado à minha relação com meu pai já falecido há 20 anos é da gente na fazenda do radialista João Carlos em Dr Lund nas minhas férias. Esquentando a marmitinha no fogo de tijolos improvisados, ali era vida, poder mexer nas ferramentas dele, fingir ser aprendiz de pedreiro e ele incentivando sempre com um sorriso.
Eu devia ter a idade que o Rafa tem hoje, mas também me lembro da guarda, nos meus 11, 12 anos, vivia na Moca, ia 7 da manhã e retornava lá pelas 10 da noite todo sujo e o banho de bucha era obrigatório. Meu pai parecia um fantasma, são várias as lembranças dele de longe na bicicleta escondido me velando, como na quadra velha atrás do campo da Cauê, onde íamos todos os dias umas 15 crianças sem risco algum. A não ser o da mulher de branco que um gritava já à noite que viu e sumíamos correndo até a avenida por um beco que construíram antes do fechamento definitivo….
Com Rafa eu procuro ser exemplo, estes dias ao me ver estudando até tarde ele disse que gosta muito de estudar também e que vai tirar só 10. Que ele puxe a mãe pelo menos na adolescência porque a minha foi muito intensa, mas voltando ao presente, o que fascina ele é passear com nossa vira latas caramelo, Emília… ele segura a cordinha e vai dando comandos, dono da situação e do mundinho dele ali.
Espero de verdade que tenhamos crianças com inteligência emocional, e é nosso papel de pais dizer “não” porque não teremos mais crianças “raiz”, teremos crianças humanizadas, que aprenderão em casa muitas coisas que aprendíamos na rua, que hoje são vazias, escuras, sem árvores e pega ladrão. Como no melhor título de livros que li, estas crianças hoje vivem “Um universo numa casca de Noz”.
Ter filhos é diferente de ser pai…
(Sílvio Xavier)
Ser pai é uma missão especial… divina! É uma construção diária na educação dos filhos com amor, cuidado, atenção, afeto e companheirismo. É estar presente em horas felizes, divertidas, alegres e de descontração, mas também nos apertos, dificuldades e momentos tristes.Ser pai é ter um companheiro sempre… ser pai, sendo amigo… ser exemplo com boas atitudes e ações… ser herói, sendo pai!
Ser pai é renascer de novo a cada momento para os filhos! Ser pai é olhar os filhos dormindo… e sentir uma lágrima de felicidade em seu rosto! Ser pai é ter orgulho dos filhos em suas atitudes e ações… Ser pai é viver um momento mágico toda hora… Ser pai é divino!
Meus filhos Vitor e Camila, vocês me fazem um homem melhor a cada dia. Sou eternamente grato a Deus por poder SER um pai presente com vocês.
Sobre ser Pai
(Jhon Harley)
Recentemente, tive acesso a um texto do Papa Francisco, por quem tenho grande admiração, falando sobre família. Diz o texto: “Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita e nem temos filhos perfeitos.”
Tentar responder sobre o que é ser pai nos remete a entender a nossa humanidade dentro de um contexto pessoal e social dinâmico e contraditório. No meu caso, confesso que antes de ter filhos, tinha uma visão romântica e idealizada. Muitas críticas que fiz ao meu pai, percebo agora que foram absolutamente infundadas. Ainda bem que contei, em diversas ocasiões, com o seu silêncio e generosidade.
E, com o tempo, fui percebendo que aquelas mesmas posturas que eu não concordava, continuei reproduzindo com os meus filhos (sic). Nada como um dia depois do outro, não é mesmo? Portanto, se não existe família perfeita, sigamos procurando fazer o nosso melhor com os nossos erros e acertos e, certamente, contando com a paciência dos nossos filhos, pois como dizia Elis Regina, “ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.”
Dia de pilotar a churrasqueira e brindar o privilégio de ser pai
(Márcio Euzébio Barbosa)
Domingo é dia dos pais, dia de pilotar a churrasqueira e da mãe fazer pudim de leite condensado, ganhar camisa polo, meias, cintos, sandálias, chinelos, entre outros presentes. Eu já confessei que prefiro livros -menos Irmãos Karamazov e Fausto de Goethe, prefiro a sua visão de cores na psicologia e já não tenho tempo para tanta leitura. Vejo, já que estou no controle da churrasqueira, uma carne com gordurinha me chamando, mas penso na voz grave dos alto-falantes do Panela Cheia anunciando os velórios cotidianos, e logo desisto. Nota: Qualquer semelhança com outras realidades é mera coincidência. Brincadeiras a parte, vamos lá, tim tim, afinal tudo isso é um privilégio.
Feliz Dia dos Pais!
(Marcus Marinho)
Falar do senhor é muito importante e emocionante pra mim, principalmente quando lembro dos 25 anos que cuidou da minha mãe, sua esposa acamada. Isso é um exemplo de tudo para um filho. Feliz dias dos pais!
Ser pai é…
(João Paulo Martins)
Ser pai é sem dúvidas a maior benção divina que um homem pode receber. É ter um coração batendo fora do seu corpo, porém com uma importância maior do que o que bate no seu próprio peito. É corrigir quando necessário , sofrer junto em momentos difíceis, e , principalmente, conquistar e vibrar muito com as novas conquistas. É saber que cada passo tem seu momento, cada aprendizado sua hora, mas que em todos os momentos você estará lá, para o que der e vier. É amar em toda sua essência !
Ser pai é uma bênção de Deus
(Emiliano Braga)
É verdade que a bênção de ser pai vem acompanhada de muito trabalho, medo, preocupações e aflições, mas esses sentimentos não são nada perto dos outros, como o amor, o carinho, o zelo, a pureza, o respeito e muitos outros que os pais vivenciam todos os dias.
É comum dizer e ouvir dos amigos, “fulano mudou depois que virou pai”, estranho seria dizer que não mudou em nada, já que, para a maioria, ser pai traz uma serenidade incomum, talvez porque todas as outras coisas pareçam menos importantes depois dos filhos.
E qual pai já não disse ou pensou, “agora entendo meu pai”, fazendo um paralelo de algum comportamento de seu pai, em relação àquele que tem hoje com os seus próprios filhos? Essa reflexão também serve para mães e “pães”, eu sei, é um se colocando no lugar do outro.
Mas voltando aos pais, para me fazer entender, de forma simples: ser pai é maravilhoso.