Padre Artur Pimenta de Souza ordenou-se no dia 29 de junho de 1960, ou seja, acaba de completar 60 anos de vida sacerdotal. Uma longa trajetória, praticamente toda ela cumprida em Pedro Leopoldo como padre e professor.
Ele nasceu em Guapé, no sul de Minas, no dia 20 de outubro de 1934. A cidade hoje está coberta pela represa de Furnas. Em 1979, respondendo a uma entrevista feita pelas crianças da Cruzada Eucarística da Igreja de São Sebastião, Padre Artur contou que descobriu a vocação aos oito anos, em Formiga, onde morava. “Via os meninos ajudando na missa e achava bonito. Um dia o padre de lá perguntou quem queria ser coroinha e eu aceitei. Tive de decorar as respostas em latim”, disse.
Era então um menino levado, que jogava bolinha de gude, apertava campainha, fumava escondido, tirava dinheiro do pé do Santo e mexia com os outros. Mesmo assim, foi coroinha, da Cruzada e Aspirante de Vicentinos. Para Padre Artur, a vocação tinha a ver com gostar de tudo o que um padre faz, como celebrar missa, batizados, casamentos, dar assistência aos doentes.
Para ele, vocação é antes de tudo um chamado. “Cristo dizia: Vem e segue-me. Até hoje Ele continua chamando. O papa Pio XII, quando menino, gostava de brincar com as coisas da Igreja; eu também gostava. Sentir vontade de fazer alguma coisa através da oração”, disse Padre Artur na entrevista.
Mas foi em 1947, aos 12 anos de idade e após terminar o curso primário que ele entrou para o seminário em Belo Horizonte. Sua família morava então em Piracema, pequena cidade próxima a Cláudio. Seu pai, José Pimenta, o incentivou muito, já a mãe, dona Marcília, não foi contra e nem a favor, respeitou a ideia.
Padre Artur estudou no Seminário Coração Eucarístico de Jesus, onde atualmente é a PUC, durante 14 anos. Ao se ordenar, sua primeira missa foi celebrada na Igreja Nossa Senhora das Dores, na Floresta, às 9 horas da manhã do dia 29 de junho de 1960. A primeira missa solene (cantada) realizou-se dia 30 de junho no Seminário, com assistência pontifical de Dom João Rezende. “A primeira missa que celebrei para o povo foi na Igreja Nossa Senhora das Graças, bairro Concórdia, no dia 3 de julho, num domingo.
Padre Artur chegou em Pedro Leopoldo no dia 2 de fevereiro de 1.961, às 14:00 horas. Vinha para a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. “Lembro que tinha caído uma barreira na estrada e tive que acabar de chegar de táxi”, disse o padre na entrevista às crianças, que teve a coordenação de Blandina de Souza.
Nunca foi para outro lugar. Ficou sete anos na Igreja Imaculada Conceição. Depois de padre, fez mais dois cursos: Estudos Sociais e Direito, segundo ele “mais por curiosidade e para aprender”, mas que lhe valeram a cátedra de professor de geografia no Colégio Imaculada. Tomou posse como pároco da Igreja de São Sebastião em 2 de setembro de 1967.
Sua mãe ficou viúva e veio morar com ele na Casa Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Conceição em 1962, depois definitivamente na Casa Paroquial São Sebastião. Ela faleceu em 1987 e foi enterrada na mesma sepultura do Padre Cleto Altoé, aqui em Pedro Leopoldo.
A pedra fundamental para a construção da Igreja de São Sebastião foi colocada em 1.954 e se tomou Matriz em 1966. O primeiro vigário foi o padre Mário Pinto, que ficou apenas oito meses. Logo depois, a pedido e pressão dos fazendeiros da região, o Padre Artur foi nomeado pároco. Se tornou emérito no dia 2 de setembro de 2010, após 43 anos como pároco da Igreja São Sebastião de Pedro Leopoldo. Uma de suas principais lutas, infelizmente não concretizada, foi a construção de um albergue em nossa cidade para abrigar a população de rua.
O médico Marcus Marinho teve a presença constante de Padre Artur em sua vida religiosa. “Ele realizou meu batismo, minha primeira comunhão e a Crisma”, revela. “Sua história está diretamente ligada à de Pedro Leopoldo, como padre e professor. Parabéns para ele e que Deus abençoe grandemente a sua vida”, homenageia Marcus.