Dados do imposto de renda, divulgados pela Folha de São Paulo de domingo, 20/9, mostram a enorme disparidade de rendimentos e a elevada concentração salarial nas mãos de alguns, em especial nas dos funcionários públicos federais, em relação ao resto da população. E mais: é muito pouca gente que declara imposto de renda, seja como pessoa física ou jurídica, algo em torno de 15%. O que não é nenhuma surpresa, em um país em que cerca de metade da população está sem emprego. E boa parte trabalha na informalidade.
A título de curiosidade, dei uma pesquisada nas informações da nossa região. Em Pedro Leopoldo, por exemplo, 14,38% da população declaram imposto de renda. Sob esse critério, é a segunda cidade mais rica da microrregião. Com renda média de R$ 948,45, está na posição 783 entre os mais de 5 mil municípios do país. O patrimônio líquido médio é de 25,9 mil e a renda média de quem declara é de 6,5 mil. Quem vem em primeiro lugar, mas bem pertinho, é Confins, na posição 700, com R$948,60 de renda média da população. Mas a dos declarantes é bem menor: 5,6 mil.
Matozinhos, por sua vez, está na posição 1.517. A renda média da população é de 647 reais e a de quem declara é 5.122. A cidade em que mais se declara imposto de renda é Brasília, que também é o estado com maior renda média. O que é óbvio, já que a capital do país concentra o maior número de servidores públicos, que têm que declarar imposto de renda e ganham bem.
E uma curiosidade: a cidade com maior renda média é a nossa vizinha Nova Lima, turbinada pelos sofisticados condomínios na saída para o Rio de Janeiro. O bairro com a maior renda per capita de BH, o Belvedere, fica lá, o que eleva a renda média de Nova Lima e baixa a de Belo Horizonte.