A casa de Lucília, irmã de Chico Xavier, na rua São Sebastião, foi alugada para um empresário carioca e irá abrigar uma espécie de museu sobre o médium.  Estas são as primeiras informações sobre a destinação do imóvel, que está sendo reformado por Wilson Bamba. A obra ainda não foi comunicada à Secretaria de Cultura do município.

O empresário alugou a casa nas mãos de Wagner, filho de Lucília e do pintor Pachequinho. Seu objetivo é, segundo o sobrinho de Chico, divulgar a vida e a obra do famoso médium. De nome Albério, o carioca é espírita, tem uma rede de escolas particulares e se dedica a ações sociais.

A casa, que já abrigou uma funerária, fica em frente ao Centro Espírita Luiz Gonzaga, que já conta com um espaço semelhante. Há pouco tempo, o lote ao lado do centro foi comprado pelo senador Eduardo Girão (Novo) para abrigar um ambicioso projeto dedicado a Chico Xavier. Ao que tudo indica, aquele quarteirão da rua São Sebastião caminha para se transformar em uma espaço de peregrinação para os admiradores do “maior brasileiro de todos os tempos”.

Um caso exemplifica a importância da casa e sua presença na vida de Chico Xavier. No final do ano de 1980, a educadora aposentada Vania Mesquita, moradora do condomínio Gran Royale, trouxe a cidade uma amiga com câncer de mama, que estava muito esperançosa de uma palavra de Chico. Ele já não morava na cidade, mas tinha vindo passar o Natal.

“Chico estava sentado no alpendre desta casa, levantou-se, foi até o carro e sem que nada disséssemos, pegou nas mãos dela e disse: “minha irmã, você já não nos pertence mais. Não temas, de ti exala perfume de flores”. Deste este dia até 19 de março, ela não saiu mais da cama, quando desencarnou”, testemunha Vânia. “Foi a única vez que o vi. E foi um espanto, a rua estava vazia e ele levantou-se e se dirigiu a nós. Chique demais a casa ser mais um espaço para o tão especial criatura!”, acrescenta.

Em homenagem ao médium, a cidade tem ainda um memorial na Fazenda Modelo e a casa de Chico Xavier atrás do grupo São José, entre outras instalações. Já o Museu de Chico Xavier no Capão não passa de um esqueleto, abandonado desde a gestão de Marcelo Gonçalves.