A LafargeHolcim informou, em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 10, que assinou acordo para vender à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) suas unidades de negócio no Brasil, entre elas a fábrica de Pedro Leopoldo. Segundo a Lafarge, o valor de empresa (enterprise value) de sua unidade calculado na transação é de US$ 1,025 bilhão (ou R$ 5,3 bilhões). A aquisição deve contribuir para a expansão da CSN Cimentos, que já havia adquirido a brasileira Elizabeth há três meses.
A companhia franco-suíça estava em busca de um comprador para a operação no Brasil. O jornal Estado de São Paulo chegou a informar que que Benjamin Steinbruch, controlador da CSN, tinha interesse no ativo. À época, a filial brasileira da Lafarge tinha 10% do mercado brasileiro de cimentos.
No comunicado divulgado nesta sexta, a Lafarge informa que o negócio inclui as cinco plantas integradas de produção de cimento que opera no País, quatro estações de trituração, seis unidades de agregação e 19 unidades de mistura de concreto. A concretização da operação ainda está sujeita à aprovação das autoridades concorrenciais do país.
A nota não informa a capacidade instalada das fábricas, ou detalhes sobre o desempenho financeiro da operação local. Na América Latina, as vendas de cimento da Lafarge, em toneladas, cresceram 28,3% no primeiro semestre, para 13,3 milhões de toneladas. As vendas líquidas saltaram 29,5%, para 1,269 bilhão de francos suíços.
A multinacional pretende continuar operando na América Latina, com investimentos recentemente anunciados na Argentina e no México. Em abril, a companhia tinha 1,4 mil funcionários no Brasil, com operações de cimento, concreto e agregados. Líder global no setor, a companhia vendeu parte de seus ativos locais para a irlandesa CRH em 2015.
Com a transação, a CSN se torna a número 2 no mercado, atrás apenas da Votorantin e à frente da Intercement. Ela se dá em clima de volatilidade nos mercados, aumento do risco político e investidores deprimidos, registrou o Brazil Journal. Benjamim Steinbruch reconheceu que “o momento é bastante incerto”… Mesmo assim, a CSN espera otimizar a estratégia comercial da Lafarge, mudando o mix (aumentando a venda de cimento ensacado, que tem margem maior), reduzindo a capacidade ociosa das fábricas e aumentando a venda direta ao cliente final, sem passar por distribuidores.
Na nota desta sexta, a Lafarge refirma seus compromissos e valores com os fornecedores que contribuíram para os 70 anos de sua história no país. De acordo com dados de 2017, a LafargeHolcim era a terceira maior produtora de cimento do País em capacidade instalada, atrás da Votorantim e da Intercement. No primeiro semestre, a CSN Cimentos tinha capacidade instalada para produzir 4,7 milhões de toneladas de cimento por ano, segundo documentos entregues à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). (com revista Isto é)