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O artista plástico Márcio Euzébio Barbosa costuma receber gente daqui e de todo lugar em seu ateliê na rua Esporte, 40, onde estão expostos muitos de seus trabalhos. Uma obra sua, porém, é vista por muito mais gente: é a escultura , instalada desde 2014 na entrada do Parque do Sumidouro, que abriga a famosa Gruta da Lapinha.
Junto aos amigos pedro-leopoldenses Alan Passos de Freitas, psiquiatra em Belo Horizonte, e Pedro Lúcio Litgh Pereira, veterinário e professor radicado há anos na Espanha, Márcio visitou a obra, que ganhou uma companheira: uma valente aroeira nasceu e está crescendo junto à escultura, feita de madeiras centenárias, latão e arame farpado.
Ela foi erguida a convite do então gerente do parque, Rogério Tavares, que a definiu como “uma peça de forte simbologia identitária com a fundação e implantação do Sumidouro, as comunidades e as riquezas de Minas Gerais”.
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Para Márcio, é sempre emocionante rever o monumento, que considera sua maior obra. “Ela dá visibilidade a meu trabalho, ao ser visitada diariamente por pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo. Já recebi no ateliê grupos de pessoas que vieram ao parque e tiveram a curiosidade de conhecer outros trabalhos meus”, revela.
“É uma instalação interativa, já que a cerca presa dentro dela dá aos visitantes a possibilidade de girarem livres em volta da escultura. A madeira originária de casas antigas que foram desapropriadas e demolidas preserva o trabalho de antigos moradores e a lembrança de onde viveram. Já o latão lembra os bandeirantes em busca de ouro, na quinta do ouro”, acrescenta o artista.
A visita dos três amigos teve continuidade na Quinta do Sumidouro, onde foram rever a casa de Fernão Dias e conhecer a canoa indígena encontrada no rio das Velhas no final da década de 90. É um registro impressionante de povos que aqui viveram há mais de 300 anos, esculpida em um único e enorme tronco de árvore.