Acabou a Festa do Poste, o concurso de Glamour Girl, a Exposição Agropecuária e tantos outros eventos que definiram Pedro Leopoldo como uma cidade aberta, alegre e democrática. Só resistiu mesmo o Baile do Barango, de volta depois da pandemia para comemorar os 30 anos da Banda The Fhuntos. Ele acontece no próximo sábado, dia 10, no Clube Social.
Será uma festa em grande estilo, ideal, segundo o baixista Gilberto Rocha, para ajudar as pessoas a encontrarem seu grande amor. Afinal, não são poucos os casais que se descobriram naquele primeiro baile no Xuá-xuá, em 1992, e estão juntos até hoje. Além dos eventos subsequentes, que aconteceram anualmente no seu principal palco: o da sede da AABB.
O auê começava pelo gigantesco congestionamento até a portaria do clube. Nele ficavam parados, inclusive, os membros da banda, o que acabava por atrasar o início do evento. “Naqueles primeiros tempos, a banda surfou numa raia que não tinha concorrência, que era a da música brega. Mas, mais do que brega, somos uma banda de humor, com músicas divertidas. Chegamos a colocar 2.500 pessoas para cantar e dançar na AABB, sem uma briga sequer”, lembra o vocalista Júlio César Lopes, que, além de artista famoso, é engenheiro de sistemas e ex-vereador.
“The Fhuntos é igual vinho, quanto mais tempo, mais velho”, apregoa Gilberto Rocha, que, além de estrela pop, é escritor e dentista com doutorado em Implantodontia. Segundo ele, o intervalo fez com que a banda se reinventasse, graças aos tratamentos rejuvenescedores de seus membros no Boston Medical Group.
Trinta anos depois, as estrelas da banda ainda não entram de graças nos ônibus, mas ainda conseguem tocar as próprias músicas, além de novos lançamentos. É o caso da celebrada “Tem Cabaré essa noite”, de Natan, novo e emocionante hit que fará companhia às mais do que consagradas Sorria, de Evaldo Braga e “Fogo e Paixão, do Vando, que estão entre as mais tocadas nas radiolas dos bordéis, além de paródias deliciosas como Fui no Xavier e Sabonete.
Esta última, inclusive, tem sua execução ameaçada, já que o verso “todo homem que sabe o que quer, pega um pau pra bater na mulher”, coloca a banda em risco iminente de cancelamento nas redes sociais. Afinal, nada mais politicamente incorreto do que The Fhuntos – registro de um tempo menos intolerante, claro, que permitia esse tipo de brincadeira em um contexto diferente.
“A gente fica na dúvida, naturalmente. Será que Robocop Gay, dos Mamonas, vai ofender a comunidade LGBT? E Soninha DP (ou double penetration), que transa com todo mundo? São tempos difíceis, de patrulhamento ideológico, mas, se não dá para brincar com tudo, é certo que podemos preservar essa vibe de alegria”, destaca Júlio César.
A banda The Fhuntos se apresenta no próximo sábado no Clube Social, com direito a holofotes nos convidados que subirem suas escadarias devidamente paramentados. As melhores fantasias serão premiadas, tanto as dos barangos quanto as das “Thefhuntetes”.
A banda estará com sua formação completa, com 12 integrantes que se encontraram pela última vez com o público na “laive” de 2021 em benefício do Laiite e que foi um sucesso sem precedentes.
São eles Marcus Vô, na bateria, Gilberto Rocha (baixo…e alto e médio, rs rs), Júlio César Lopes (bocalista), Valério Sena (bocalista…e cozinheiro), Pedro Garrido (show man e bocalista), Lívia (a mais linda da banda e bocalista), Marco Antônio (guitarra), Daniel “Jack” (guitarra), Jerffeson (teclados) Clayton (trombone de “vara”), Cleber (corneta) e Vander “Keith” Sena.
E para quem não encontrar o grande amor na festa, é bom estar atento ao conselho de Gilberto. “Se você não achar a pessoa certa, não se preocupe: divirta-se com a errada mesmo”, finaliza.