E agora, Pedro Leopoldo? Para onde vamos?

E agora, Pedro Leopoldo? Para onde vamos?

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Quando a BR 040 foi construída em 1960, ela se chamava BR-7 e ligava a nova capital Brasília à antiga, o Rio de Janeiro. Quando chegou às portas de Pedro Leopoldo, teve gente que ficou muito chateada porque a estrada não passou dentro da cidade. Naquela época, acreditava-se, o trânsito de caminhões e automóveis traria mais vendas para o comércio da cidade, mais movimento nos negócios e, por que não dizer, até mesmo mais candidatos a maridos das donzelas locais.

E se naquele momento muita gente acreditou que perdemos o bonde para o futuro, hoje Pedro Leopoldo vive uma crise ao mesmo tempo internacional, nacional e local, que coloca em xeque os caminhos que o município escolheu para crescer. A indústria cimenteira, que é base da nossa economia desde a década de 50 do século passado, dá sinais evidentes de retração, com redução das atividades e demissões em grande número.

Contexto internacional negativo e queda do preço das commodities apontados pelo governo ou decisões equivocadas, segundo a oposição, a verdade é que situação econômica não está prá peixe. Boa parte da recessão que vivemos, porém, pode ser atribuída à boa e velha briga pelo poder que alimenta as crises políticas. E enquanto nossos representantes em Brasília não se sentam para um concerto que poderia ser o conserto da atual situação, cada cidade vai ter que compor, tocar e cantar sua própria música.

Mas quais são os caminhos para PL crescer, na falta do cimento ou na redução de sua importância como atividade geradora de emprego e renda? Ao completar 92 anos, que alternativas de desenvolvimento local nós temos? O que cada um pode fazer na busca de um novo caminho para crescer?

Ao longo de sua história, Pedro Leopoldo sempre viveu a perspectiva de, um dia, o calcário acabar. Talvez por isso, a atividade minerária e a fabricação de cimento respondam, segundo a prefeita Eloísa Helena, por menos de 20% da arrecadação.

Mesmo os empregos gerados pelo setor vem sendo reduzidos ao longo dos anos. Mas o comércio e o setor de serviços, que hoje sustentam a cidade, também revelam sintomas de exaustão, com muitas lojas e negócios fechando.

Um dos caminhos para aquecer a nossa economia seria o turismo, em especial aquele baseado na figura especial e consensual de nosso conterrâneo Chico Xavier. A prefeita concorda e declarou à revista AQUI PL que, na tentativa de levar adiante a construção do Memorial do médium, que tem problemas tais como ter sido erguido em local errado, já se reuniu com três titulares do Ministério das Cidades. “É uma prioridade. Vamos fazer tudo para regularizar o projeto e conseguir a verba que falta para concluir a obra”, afirmou Eloísa.

A chance de êxito num projeto assim é imensa com a proximidade da capital e do aeroporto, que pode trazer admiradores do médium de todo o Brasil e do mundo – turistas de alto padrão econômico, que também poderão conhecer nosso patrimônio natural e arqueológico. O Fashion City, que também deu uma desacelerada, também está na pauta, assim como o estímulo a micro e pequenos empreendedores, que tragam projetos criativos e não poluentes. Por outro lado, a cidade também tem que se preparar, criando infraestrutura, acessos e mesmo uma legislação que atraia empreendedores.

Com isso em mente, a revista AQUI PL chamou algumas pessoas que pensam Pedro Leopoldo para fazer uma grande discussão sobre o nosso futuro. Um debate que pode ser a semente de um Fórum de Desenvolvimento, envolvendo todos os setores econômicos e sociais do município. Vamos ver o que elas têm a dizer.

 

 

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PARA ONDE GOSTARÍAMOS QUE PEDRO LEOPOLDO FOSSE?

Carlos Alberto Portela

Diretor da FPL

Fazer uma reflexão dessa natureza requer muito cuidado. Primeiramente porque não se trata de algo de curto prazo e, em segundo, e mais importante, porque, uma vez escolhido o caminho, ele pode ser sem volta.

Para início de conversa, não gosto da palavra crescimento desatrelada de desenvolvimento. Desenvolvimento traz, implicitamente, distribuição de renda e melhoria da qualidade de vida da população. Crescimento, isoladamente, pode trazer aumento populacional, sem distribuição de renda, e, no reboque, intensificação de problemas de segurança, saúde, falta de infraestrutura urbanística, ou seja, baixa qualidade de vida.

Penso que o poder público poderia buscar experiência na inciativa privada para agregar conhecimento aos seus processos de planejamento, com foco no desenvolvimento no longo prazo. Mas isso significa abandonar, romper uma série de paradigmas dos atuais modelos de planejamento adotados por, acredito, praticamente todas as administrações municipais.

O poder público concentra muita atenção, senão toda, nas vocações do município.

A vocação, no processo de planejamento municipal, deve ser avaliada sobre a sua capacidade de crescimento e desenvolvimento. Se ela atingiu o ápice, ou seja, se não existe mais espaço para crescimento e desenvolvimento, o plano deve tratá-la como tal. Isso significa que ela será contemplada no plano tendo em vista as suas necessidades, mas não mais como fonte de avanço das condições do município. Em Pedro Leopoldo, vale a pergunta: quais as vocações do município que ainda permitem expansão econômica e social de forma vigorosa? A resposta a essa pergunta é chave para a definição de onde o município deve investir no longo prazo.

Mas essa resposta não é suficiente, cabe uma outra natureza de investigação. E aí poderia entrar a sabedoria dos modelos de planejamento adotados pela iniciativa privada, onde o foco das análises se volta para a identificação de oportunidades. Oportunidades não têm, necessariamente, relação com as vocações existentes. A identificação de oportunidades é resultado de uma análise cuidadosa do cenário, atual e futuro, que contempla uma visão bastante ampla. No caso específico de Pedro Leopoldo e dos municípios vizinhos, essa análise deveria avaliar os impactos atuais e aqueles que estão por vir, e que certamente virão, em seu entorno. Aí entra uma busca da identificação do que acontecerá no entorno do aeroporto, provocado pela expansão desse modal logístico. Vale refletir também sobre os reflexos na região provocados pelo Centro Administrativo do Governo; sobre as infraestruturas viárias; sobre tendências de êxodo urbano de Belo Horizonte em direção à região, dentre vários outros. Outros paradigmas terão que ser quebrados, como dito inicialmente, dentre eles, um muito importante, que é o alinhamento dos planos dos municípios do entorno para que um possa maximizar o outro. Mas isso é outra história.

 

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SE UMA CIDADE NÃO ANDA, ELA NÃO CRESCE

Césio Rosa Pereira

Engenheiro agrônomo

Pedro Leopoldo cresceu muito para a região norte. O sistema viário, infelizmente, ficou do mesmo tamanho e temos praticamente um único acesso para lá. Para melhorar este acesso, obras são necessárias, a começar pela duplicação da rua Agenor Teixeira até a entrada do bairro Andyara, além, é claro, da duplicação da rua São Paulo.  Outra opção de acesso seria a construção de uma rua marginal, à direita da MG 424, no sentido Matozinhos, como já existe do outro lado da estrada, que dá acesso ao bairro Agenor Teixeira.

Outra necessidade urgente de nossa cidade é uma alternativa de tráfego à rua principal, que poderia ser implantada no Loteamento Cachoeira Grande, onde está a rodoviária. Seria a continuação da avenida Canal, que faz parte da planta aprovada do bairro. Paralela à rua Lateral, ela poderia ir da ponte do Posto Jopir até a avenida Cauê ou, pelo menos, até a rua Nossa Senhora das Graças.

São obras viárias fundamentais para melhorar a mobilidade urbana, que é essencial para o desenvolvimento. Facilitar o acesso às várias regiões do município e no próprio centro da cidade faz as pessoas perderem menos tempo e gastarem menos combustível em seus deslocamentos, o que traz economia, menos poluição e, consequentemente, mais qualidade de vida. Afinal, se uma cidade não anda, ela não cresce. Ou cresce com problemas, dificultando o aparecimento de novos empreendimentos.

 

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UM SONHO POSSÍVEL

Cyro Eustáquio Lemos da Fonseca Armada.

Presidente da ACE / CDL.

O município de Pedro Leopoldo tem um grande potencial, mas precisa de repensar seus valores para não perder as grandes oportunidades que estão surgindo por aí. A cidade é uma das poucas da região metropolitana que, na minha opinião, tem problemas fáceis de resolver. Basta ter vontade política, atitudes coerentes, envolver a comunidade e dividir as responsabilidades. Precisamos ter uma visão futurista com pensamentos elevados.

Qual o município que aguarda a chegada de um shopping de comércio atacadista? Quem está ao lado de um aeroporto em fase constante de expansão? Precisamos apoiar, priorizar e ajudar na implantação dos empreendimentos que irão trazer riquezas na área de logística, prestação de serviços, departamentos de vendas com incentivos fiscais como está previsto no Alphaville e outros investimentos que poderão vir.

Quem tem rodovias federais e estaduais em seu entorno que podem ser interligadas? Poderíamos propor aos governantes estaduais a construção de uma estrada asfaltada no trecho da Fazenda do Urubu para ter acesso ao aeroporto. Assim, poderia ser criado um grande fluxo e, neste percurso de interligação, formar uma parceria público-privada (PPP) que estruturasse o novo Distrito Industrial. Tudo com asfalto, iluminação e esgoto, colocando a infraestrutura necessária para o funcionamento.

Estamos aguardando o sonhado anel rodoviário, que será de grande importância para o escoamento de nossas riquezas e acesso rápido. Pedro Leopoldo não pode viver sempre na única expectativa de ser submissa ao pó das cimenteiras. Esta era já passou. Nossos administradores do futuro devem ter uma visão racional e inteligente, preparando os espaços e a população para um futuro promissor e sem demagogia.

Precisamos consertar, ampliar, modernizar as ruas, os espaços públicos, beneficiando a população e priorizando sempre as crianças, os jovens e os idosos. Implantar uma educação integral em todas as escolas do município. Criar condições e valorizar nossos artistas da cidade. O ensino, o esporte, a saúde, a segurança, e o lazer tem que ter prioridade máxima. Colocar a tecnologia a serviço do homem como por exemplo: câmara de segurança em todo o espaços (Olho Vivo). Internet gratuita para todos. Melhorar a torre receptora para recebimento de imagem nas nossas TVs. Equacionar e priorizar as necessidades da população. Incentivar a criação de cursos técnicos e superiores, que atendam a nossa região.

Implantar um ensino baseado em empreendedorismo como uma ferramenta para a independência de sua população. Tentar parcerias junto com o governo e setores da área privada para agilizar um novo meio de transporte modal para a população, aproveitando a linha férrea de toda nossa região. Deveríamos pensar sempre em ser comunidade que vive como uma equipe. Ninguém consegue sobreviver sozinho.

 

Debate Geraldo Neri

HORA DE ARREGAÇAR AS MANGAS

Geraldo Nery Lopes

Empresário e advogado   

A economia nacional está em baixa, assim como a mineira. A baixa nacional é menor do que a do Estado e não sabemos se a baixa da economia de Pedro Leopoldo está igual ou superior a esta última. Certo é que o nosso município tem sofrido sérios reveses econômicos, o que é notado por todos.

A indústria de caldeiraria, que é uma grande atividade da nossa região e, até há pouco tempo, gerava muitos postos de trabalho, está praticamente zerada. Com a fusão da Lafarge com a Holcim, também perdemos inúmeros e importantes postos de trabalho. Esta fusão ainda deve gerar outros gravames à cidade, já que quem era identificada de forma super satisfatória por Pedro Leopoldo era a Holcim. Agora, não se sabe qual será o relacionamento deste importante grupo cimenteiro com a comunidade de Pedro Leopoldo. Praticamente todo o setor administrativo da Precon foi transferido para Belo Horizonte, perdendo a cidade outros importantes postos de trabalho.

Com isso, o setor de serviços e comércio de Pedro Leopoldo, de forma indireta, já está sofrendo as consequências, entre elas várias dezenas de lojas fechadas, o que não se via há muito tempo. Não estamos ainda cientes das ações que a Prefeitura local e a Associação Comercial estejam planejando para reverter este quadro. Pode até ser que existam, mas não as conheço.

Vejo que nossa cidade deve procurar atrair novos empreendimentos industriais ou de serviços, de porte pequeno a médio, que empreguem de vinte a sessenta trabalhadores. Estas empresas também sofrem com a crise, mas o eventual fechamento de uma empresa deste porte não impacta na economia local em igual intensidade com o fechamento ou redução da atividade de grandes empresas. É melhor atrair vinte empresas deste porte, do que uma de grande porte. Ocorre que a atração dessas empresas esbarra na necessidade de se ter, em Pedro Leopoldo, local apropriado e aprovado para receber os novos empreendedores. Não temos aqui nenhum empreendimento imobiliário aprovado, inclusive do ponto de vista ambiental, que possa receber destinação industrial/comercial/serviços.

Sentimos falta de uma Secretaria de Desenvolvimento Econômico, para captar novos empreendedores para a cidade, inclusive oferecendo incentivos fiscais e outros mais, tais como: agilidade na aprovação dos projetos e do licenciamento ambiental, treinamento da mão de obra, apoio da administração municipal para a fase pré-operacional da atividade etc. É hora de decidirmos: vamos nos consolidar como cidade dormitório ou promoveremos nosso desenvolvimento econômico? A decisão está nas mãos de nossas autoridades constituídas.

O perímetro urbano de Pedro Leopoldo não tem como se expandir, tanto que o atual Plano Diretor de 2008, em processo de revisão, não contemplou tal hipótese. O pouco de área urbana disponível para receber empreendimentos industriais/comerciais/serviços constitui a única matéria prima que temos a trabalhar neste tema. Em 2013, no auge da economia nacional, foi contratada empresa de notória capacitação, com dezoito anos de mercado, para realizar pesquisa visando identificar o potencial de mercado para comercialização de imóvel de médio porte em nossa cidade, destinado a atividades econômicas (industriais/comerciais/serviços). Foram consultadas 1.037 empresas, das quais vinte por cento manifestou o interesse de comprar um imóvel para instalação ou reinstalação de seu empreendimento. Destas empresas, 66% são do seguimento industrial, e 34% dos seguimentos de logística, comércio e serviços. Do total, 96% são empresas de médio porte, sendo que 39% encontram-se instaladas em Belo Horizonte.

A média de funcionários das empresas pesquisadas é de 40 empregados diretos. Da empresas consultadas, 40% estão em imóveis próprios, contra 60% em imóveis alugados, ocupando terrenos com área média de 2.465,00 m², e média de 1.360,00 m² de área construída. Das empresas pesquisadas, 53% avaliaram negativamente a localização de Pedro Leopoldo, enquanto 41% responderam positivamente. Veja que o trabalho que o município tem à frente é gigantesco, pois não será fácil atrair, neste momento, investidores saudáveis para se instalarem em Pedro Leopoldo. Acontece que, há muito, nada é fácil, mas a alta administração municipal não tem outra alternativa, a não ser arregaçar as mangas e trabalhar para recuperar a economia local.

 

 

 Debate Ro

O DESENVOLVIMENTO CHEGA À REGIÃO NORTE

Rodrigo Costa

Presidente da Credipel

O comércio, antes concentrado totalmente no centro de Pedro Leopoldo, passa a expandir-se também para os bairros. Acabamos de ver a inauguração do Lagoa Center, no bairro Felipe Cláudio, que tem como loja âncora um supermercado Epa. Este processo tem como lógica a aproximação do comércio às moradias dos compradores e está atrelado à expansão imobiliária. Hoje, podemos dizer que metade dos pedroleopoldenses mora na região norte, número que só aumenta com a construção de milhares de casas e apartamentos nos vários bairros da região. Assim, não é de se surpreender que centenas de moradores, de vários bairros da região norte, tenham encaminhado um abaixo assinado à Credipel, pedindo sua volta para lá. Ter um banco perto de casa é uma das muitas necessidades que os moradores da região norte têm e faz parte do processo de descentralização da oferta de produtos e serviços.

A descentralização econômica é comum em grandes cidades atualmente e observada no momento em que cresce em quantidade, variedade, movimentação e força, o comércio em bairros periféricos. Neste processo, a dinâmica econômica de uma cidade se espalha e se dissemina por várias regiões, o que significa economia de transporte e tempo para todos os atores desse processo, sejam eles empresários, empregados ou consumidores. Além disso, a descentralização surge como solução para os problemas da própria centralização, ao desafogar o trânsito, o espaço urbano, as unidades de saúde, ao mesmo tempo em que é possível equilibrar a oferta de transporte público, sempre insuficiente para quem precisa utilizá-lo.

A expansão imobiliária deve ser complementada pela oferta de comércio variado, correios, escolas profissionalizantes, alternativas de lazer e serviços de saúde, entre outros. O supermercado EPA, assim como outras lojas já instaladas ao seu redor, já tem um grande público consumidor, o que reduz consideravelmente o movimento de carros nas ruas do centro. Daqui prá frente, é necessário ampliar a infraestrutura – acesso, transportes, serviços públicos e privados, além é claro, segurança – assegurando um bom ordenamento da expansão urbana que a região norte experimenta nos últimos anos.

A instalação de empresas, inclusive industriais, é mais um fator de descentralização, proporcionando ao morador da Lagoa a proximidade de trabalho e, consequentemente, mais tempo para estar com a família, para o lazer, para o estudo. Ter a Credipel de volta faz parte desse esforço, assim como mais oportunidades de trabalho e oferta de serviços, o que pode ser traduzido como desenvolvimento sustentável, aquele que traz qualidade de vida para a nossa população.

 

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HÁ FUTURO NA AGROPECUÁRIA EM NOSSA REGIÃO

Rodrigo Andrade

Presidente da Capepe

Hoje, a Cooperativa tem cerca de 1.000 associados em Pedro Leopoldo e nas cidades vizinhas, dos quais 600 ativos. Ainda entregamos 20 mil litros diários de leite, vindos das fazendas de nove municípios da região. Elas são cada vez menores, por várias razões, a começar por uma reforma agrária “natural”, quando são divididas por diversos herdeiros a cada geração.

A atividade agropecuária às vezes cede lugar para outras mais atraentes e rentáveis para o proprietário, como a transformação das sedes em hotéis-fazenda, seu aluguel para eventos ou temporadas e mesmo o parcelamento da terra em condomínios. Mas há futuro na atividade agropecuária em nossa região. As fazendas, mesmo menores, podem gerar mais renda.

O agricultor pode fazer doces e outros produtos, cultivar verduras e legumes e vender direto ao consumidor, além de aumentar a produtividade do leite, investindo em genética de primeiro mundo como inseminação artificial de touros campeões e uma alimentação cada vez mais especifica para atender a alta produtividade das vacas em lactação.

Diante dessa necessidade do Produtor Rural, a Capepe nesses últimos dois anos vem estruturando cada vez mais o Armazém e hoje ofertamos mais de 5.000 itens, dentre eles rações balanceadas e toda linha de remédios veterinários para atender essa demanda especializada. Também contamos com a linha de produtos de Utensílios Domésticos, Calçados, Pet Shop etc e, com essa gama variada de produtos, hoje a Cooperativa é o “Mercado da Cidade”.

Também temos hoje uma necessidade de criar um Mercado Municipal, que não conseguimos ainda fazer aqui e que traria benefícios para todo mundo, tanto para o produtor quanto para o consumidor. Os produtos seriam mais baratos, de maior qualidade e a atividade seria mais sustentável, com menos deslocamento, gasto de combustível, etc.

Acredito que Pedro Leopoldo pode crescer também com o turismo, em especial naquele centrado na figura de Chico Xavier, nosso conterrâneo mais ilustre, um homem de mentalidade superior, conhecido e admirado no Brasil e no mundo. Temos também um belo e importante patrimônio natural e arqueológico, que é pouco explorado: o Parque do Sumidouro com suas trilhas e cavernas e a Cachoeira do Urubu.

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PENSAR PEDRO LEOPOLDO E REGIÃO

Wilson Geraldo Sales da Silva

Presidente do SINTICOMEX e Diretor da Federação dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário do Estado de Minas Gerais

A maior fonte de renda do nosso Estado, que se chama Minas Gerais, é a mineração. Assim, como várias cidades, Pedro Leopoldo e região se sustentam na exploração mineral e seus derivados. Só que as nossas minas irão acabar, e aí? E não é só isso. Temos a obrigação de repensar os rumos da nossa economia e a nossa sustentabilidade em conceitos modernos como do ponto de vista econômico, ambiental e de perenidade. Sempre pensei nisso.

Em 1998, um estudo do Proder, Associação Comercial de Pedro Leopoldo e Prefeitura fez um diagnóstico do município e apontou novos rumos para Pedro Leopoldo e região. Fiquei entusiasmado, mas…. Neste cenário de crise, senti mais uma vez a importância de rediscutirmos nossas opções econômicas. Não queremos o fim da exploração mineral que sustenta as grandes cimenteiras, empresas de cal e de premoldados, porém Pedro Leopoldo não pode ficar refém desta situação.

Qual seria o melhor caminho, o turismo histórico e religioso? Indústria de bem estar (spa e outros), indústrias de alta tecnologia? Prestação de serviços? Sei lá. É um assunto interessante que a jornalista Bianca Alves me despertou novamente e quer, como pedroleopoldense, incentivar este debate em nossa sociedade organizada. A nossa instituição, o Sinticomex quer contribuir com isso.

 

 

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PRECISAMOS CRESCER, MAS COM SUSTENTABILIDADE

Juliano Fagundes

Presidente da Asep

Realmente estamos vivendo uma nova realidade não apenas em nosso município, mas também em todo o estado de Minas Gerais. Necessitamos de novas alternativas de crescimento econômico que não agridam tanto ao meio ambiente como tem ocorrido ao longo dos anos pelas mineradoras e segmentos afins.

A ASEP deu um passo importante em apoiar o projeto do Executivo Municipal junto à revisão do Plano Diretor em não alterar o zoneamento da região no entorno da Intercement de Misto (residências, comércio e indústrias) para um zoneamento exclusivamente industrial, angariando futuras pretensões e expansões nas áreas de “exploração e degradação” em nosso solo, conforme anseio exclusivo da cimenteira. A cidade não pode ser refém das atividades mineradoras.. .

Temos o exemplo negativo da cidade de Mariana. Esse foi um divisor de águas para as reais pretensões e necessidades futuras para com nossa cidade. Neste cenário de um novo horizonte, é fundamental e urgente também o município regularizar os licenciamentos ambientais de nossos Distritos Industriais, um problema crônico, que precisa ser regularizado.. Nessa corrida de sobrevivência dos Municípios, quem estiver bagunçado é “carta fora do baralho”

Bianca Alves

Criadora e editora do projeto AQUI PL, é formada em Comunicação Social pela UFMG e trabalhou em publicações como os jornais O Tempo, Pampulha, O Globo; revistas Isto é, Fato Relevante, Sebrae, Mercado Comum e site Os Novos Inconfidentes

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