Sei bem que a cidade que eu gostaria de viver não depende exclusivamente de mim, quem dera! Se dependesse, com certeza o telhado do Ceppel já estaria sem goteiras. De forma alguma eu deixaria de fazer uma obra simples como aquela, usando como desculpa grandes reformas futuras para aquele espaço. Falo isso porque todos os secretários de esportes que conheci, desde 2004, não fizeram o básico, alegando que até o final de seu mandato o Ceppel seria o maior complexo esportivo do Estado. Ou seja, não fizeram nem o básico, nem o complexo que prometeram.

O que me deixa mais intrigado é como todos, simplesmente todos, os que ocuparam a cadeira do esporte de Pedro Leopoldo, repetem as mesmas palavras: nossa gestão vai mudar o rumo do esporte da cidade. E fico pensando: como eles pensam que vão mudar o rumo do esporte pedro-leopoldense? Só para termos uma noção, para uma pessoa aprender de fato um esporte, ela
precisa de no mínimo dez mil horas de prática, ou 10 anos aprendendo a modalidade que escolheu. Se precisamos de tanto tempo para ensinar um monte de gente, como pensam que é possível mudar em apenas 4 anos?

Sei que devemos ter esperanças e eu tenho. Por isso, deixo aqui minhas ilusões. Primeiro de tudo, espero que o telhado do Ceppel seja reformado, com uma solução para o furo que insiste em existir desde a segunda gestão de Marcelo, prefeito responsável pela obra que colocou aquele cano ridículo, passando por cima da quadra. Como ele não para de pingar, é o maior adversário do esporte hoje. Segundo, espero que a atual prefeita de Pedro Leopoldo e sua vice reconsiderem a ideia daquele projeto de reforma megalomaníaco que apresentaram, pois sabemos que construir é fácil, o difícil é manter.

Obras públicas muito complexas acabam sendo deixadas de lado, pela própria complexidade de uso. Por favor, prefeita, faça o simples: conserte o telhado, corte a grama, plante árvores, cuide dos jardins, troque as lâmpadas queimadas, os canos furados, limpe as arquibancadas. Façam o simples e verão o pedro-leopoldense voltar a usar o CEPPEL, não apenas a quadra, mas também todo o complexo esportivo, que hoje é o que mais próximo temos de um lindo – e central – parque municipal.

Por último, espero que invistam nas crianças, especialmente na escola. Que, em 2023, haja mais recursos para o esporte e que o projeto criado ainda na gestão de Marcelo, o Educação com Arte, possa cumprir o seu papel social. Além disso, que o JEMPEL volte a funcionar plenamente e deixe de ser a gambiarra que tem sido, desde que voltou em 2008. Sei que são pedidos que parecem simples, mas o simples bem feito é algo complexo a se fazer. E assim espero que, até Pedro Leopoldo completar 100 anos, nossos governantes aprendam a valorizar o básico.