O Cine Marajá, inaugurado em 15 de março de 1956, por Edson Jorge, já enfrentou poucas e boas: o videocassete, o DVD, os filmes piratas, tudo contribuía para afugentar os expectadores da sala de Edson, que ainda hoje é o dono do cinema e, aos 90 anos, é o exibidor mais antigo do país. Nada foi tão ameaçador, porém, do que a epidemia do coronavírus.
Como todos os cinemas do mundo, o Marajá está fechado. E aqui, como em todo o mundo, o calendário de estreias de filmes, que nosso cinema vinha seguindo, foi interrompido. Assim como qualquer megaevento, como as olimpíadas, elas estão sendo adiadas até sabe se lá quando.
E enquanto as produções esperam, o pessoal do setor, que movimenta bilhões de dólares no mundo inteiro, começa a pensar no futuro. Antes, os filmes estreavam nos cinemas, daí iam para os serviços on demand, onde as pessoas pagam para assistir. Depois de alguns meses, iam para plataformas de streaming como Netflix ou para a programação dos canais de tv a cabo ou satélite.
Como muita coisa neste mundo pós-coronavírus, dificilmente essa rotina de lançamentos será a mesma um dia. Ou seja, já havia a discussão sobre lançar alguns filmes diretamente nessas plataformas, pulando as salas de cinema e, consequentemente, reduzindo custos de distribuição.
A pandemia, o receio às aglomerações e o isolamento social, que mantém as pessoas em casa, só reforçam essa tendência. E mesmo que muitos não abram mão da experiência de ver um filme na tela grande, esse prazer, como tantos outros, infelizmente não tem data pra voltar.