
O último dia 5 de março marcou os 50 anos de inauguração da Ciminas, hoje CSN, depois de ser Holdercim, Holcim e Lafarge-Holcim, numa trajetória que registra aumento das operações, fusões, mudanças de rumo e, no último caso, de dono e de nacionalidade, deixando de ser uma multinacional para se tornar uma empresa brasileira. Nesta mesma data, no ano de 1975, uma grande festa deu início às atividades da segunda grande cimenteira de Pedro Leopoldo, que veio vinte anos após a Cauê, consolidando a fabricação de cimento como vocação econômica e principal fonte de arrecadação do município.
A Ciminas teve sua pedra fundamental lançada em 16 de janeiro de 1973, mas a história da Holcim Brasil começou bem antes, em 1951, quando o grupo suíço Holderbank adquiriu a primeira subsidiária brasileira, a Sacomex (Sociedade Extrativa de Calcário Ltda.). Dois anos depois, em 1953, a companhia assumiu a Cimento Ipanema, localizada em Sorocaba, São Paulo, mas as atividades só começaram no ano de 1973, mesmo ano em que o grupo iniciou as pesquisas na região de Pedro Leopoldo.
Segundo Miguel Munhoz, na época da inauguração gerente de qualidade e posteriormente gerente corporativo da Ciminas, havia o projeto de se instalar uma fábrica no sul de São Paulo, mas os resultados das análises químicas feitas no material da região foram positivos e aí decidiu-se vir pra cá. “Elas mostraram que o calcário daqui é de excelente qualidade”, contou Munhoz ao site AQUI PL, em matéria publicada em 2020.
O advogado Luiz Carlos Sena Jerônimo foi contratado para fazer a compra das propriedades da fábrica e da mina, na antiga fazenda Vargem Alegre, que eram do Senhor Juquita. Na época, Luiz Carlos tinha 45 anos e trabalhou na empresa por mais 30. Era popular e carismático, homem de muitos amigos e atividades. Foi dono da rádio Cauê, que funcionou até 1975, quando foi vendida para a rádio Grande BH e na qual apresentava um programa líder de audiência, a “Ronda Social”.

A inauguração da nova cimenteira se deu com pompa e circunstância, com a presença do governador de Minas, Rondon Pacheco, que foi recebido pelo prefeito Cesar Julião de Sales. Era tanta gente importante convidada, que Pedro Leopoldo não tinha um espaço que comportasse todo mundo. A festa teve que acontecer na Casa do Baile, na Pampulha.
O primeiro diretor técnico foi Nikolaus Boller, que dirigiu a fábrica de Pedro Leopoldo por quase 30 anos. A Ciminas produzia então 2.800 toneladas de clínquer por dia. Com as adições de gesso e escória, chegava a 3 mil toneladas ou 90 mil por mês. Neste início de atividades, a fábrica tinha cerca de 300 funcionários e oferecia os melhores empregos da cidade.

Em 1996, a Ciminas adquiriu o grupo Cimento Paraíso, com quatro unidades produtoras de cimento, entre elas a de Barroso. Também foram compradas a Concretex e a Pedreira Cantareira e a Ciminas alterou a sua denominação para Holdercim Brasil S/A.
.Em 2015 a francesa Lafarge e a Holcim se fundiram como LafargeHolcim, que se tornou a maior produtora mundial de materiais de construção, com 115 mil empregados em 90 países.
Em 2021 a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional adquiriu a LafargeHolcim e ela passou a se chamar CSN Cimentos Brasil S.A., uma subsidiária integral da CSN Cimentos. A CSN comunicou o negócio ao mercado no dia 10 de setembro de 2021. Avaliada em US$ 1,025 bilhão, a transação reposicionou a companhia para cima no ranking de cimenteiras no país.
Apesar de ter começado a fabricar cimento em 2009, a CSN hoje é a terceira do país, vindo logo atrás dos grupos Votorantim e Intercement. Segundo informações de 2022 do site Cimento.org, caso sejam consideradas somente as plantas em operação, a CSN já ocupa a segunda colocação, já que das 16 plantas da Intercement, quatro estão paralisadas.