Entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro de 1946, o médium Chico Xavier recebeu 12 mensagens em forma de soneto, assinadas pelo poeta português Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805). O trabalho foi realizado durante reuniões de estudo do Evangelho, na cidade de Pedro Leopoldo.
O resultado foi o livro Volta Bocage, que analisa a obra literária do autor, que fez da poesia a sua forma de comunicação em vida e após o desencarne. Nos sonetos, ele fala de sua passagem pelo mundo, do uso dos talentos e da forma como viveu. E conclui com um hino de louvor a Deus.
“Soneto XII
Estro frágil, sem louros, jamais tente
Engrandecer, em míseros cantares,
Os imensos impérios estelares
Do Teu Reino de Luz Resplandecente.
Louvem-te a glória excelsa eternamente
Canôpus, Altair Sírius e Antares,
Paraísos suspensos, almos lares,
Que balançam na abóbada luzente!
Quem Dirá dos mistérios que proclamas
Em turbilhões de sóis, uno e dispenso,
Dos Teus cabelos de sagradas chamas?
Emudeçam as notas de meu verso!
Glorifique-Te o amor com que nos amas,
Nas mais remotas plagas do Universo.”