No último fim de semana, a atriz Paolla Oliveira teve um grande susto: um incêndio na rede elétrica interna destruiu parte da casa dela, no Rio de Janeiro. A suspeita é que tenha ocorrido uma sobrecarga de energia, que teria provocado um curto-circuito e depois as chamas. Por ter envolvido uma atriz famosa, a notícia ganhou repercussão nacional. Entretanto, acidentes desse tipo não são raros. De acordo com dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), apenas no ano passado foram registradas 583 ocorrências, resultando em 26 mortes em todo o país.
Nesse tempo de pandemia da Covid-19, onde milhões de pessoas estão em casa por conta do isolamento social, a Cemig alerta para que a população tenha muito cuidado com a instalação elétrica interna do imóvel e previna esse tipo de problema. Pelos números da Abracopel, a região Sudeste é a campeã em incêndios deste tipo no Brasil: 181 ocorrências. Em seguida aparece a região Sul, com 140 casos; e o Nordeste, com 114. Os locais onde mais acontecem incêndios por conta de problemas com eletricidade são as residências. As moradias – sejam casas, apartamentos ou residências rurais – somam 312 ocorrências das 583 registradas no ano de 2020, cerca 54%.
No atual contexto, com as pessoas mais tempo em casa, todo cuidado é essencial para evitar os acidentes elétricos. Para o gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares, a instalação de um dispositivo DR na rede elétrica das residências pode reduzir as chances de problemas na rede elétrica. Esse dispositivo tem o objetivo de detectar fugas de corrente elétrica em circuitos defeituosos. Caso isso seja detectado, o sistema é desligado imediatamente e evita que o usuário sofra choque elétrico e danos nas instalações elétricas em função da rápida atuação do dispositivo.
“O uso do DR é obrigatório desde 1997, conforme a NBR 5410, em circuitos que atendam cargas sujeitas à umidade, como banheiros, garagens, áreas de serviço, cozinhas e varandas, por exemplo. Mas infelizmente a sua utilização ainda é baixa no Brasil”, explica.
Paliativos arriscados
Outra situação muito praticada é a utilização de “Ts”, benjamins e extensões para a conexão simultânea de vários aparelhos, situação comum em muitos lares brasileiros. No entanto, essa prática é perigosa, já que pode provocar sobrecarga de energia e curtos-circuitos em redes não preparadas para suportar a carga elétrica demandada, causando incêndios e até acidentes fatais.
“Caso haja a necessidade de se ligar vários equipamentos em uma mesma tomada, o ideal é a utilização de um filtro de linha que, em caso de sobrecarga de energia, irá se desligar automaticamente. Mas vale destacar que os filtros de linha podem ser utilizados desde que seu dispositivo interno de proteção esteja operante e não tenha sofrido alterações”, afirma o gerente da Cemig.
João José Magalhães Soares alerta que as gambiarras colocam em risco a segurança das instalações elétricas. De acordo com o especialista, aparelhos com maior potência, como ar-condicionado, chuveiro elétrico e micro-ondas tenham circuito próprio, para evitar acidentes. Além disso, é importante dimensionar as tomadas corretas para cada tipo de aparelho, pois alguns precisam desses pontos de conexão com suporte para maior amperagem, como aparelhos air-fryer (fritadeira elétrica), por exemplo.
“As casas precisam ter um projeto elétrico, o que facilita a manutenção e até a avaliação para o acréscimo de novas cargas, e que qualquer serviço elétrico seja feito por profissionais qualificados ou capacitados, para que não haja esse tipo de problema”, complementa.
A Cemig alerta também à população que, em caso de necessidade de qualquer manutenção na rede elétrica, é importante que o disjuntor da residência seja desligado para reduzir as chances de acidentes com a eletricidade. Além disso, é importante lembrar: sempre que for necessário esse tipo de manutenção, procure um profissional especializado.
Cuidados com o celular
Os celulares e dispositivos móveis são aparelhos que viraram essenciais no cotidiano da população. Por isso, é importante ter a máxima atenção para evitar acidentes. Há casos recentes, registrados no Brasil, de celular que explodiram enquanto eram carregados. Em uma ocorrência, no Mato Grosso, o aparelho pegou fogo na cama do usuário. Por sorte, o jovem acordou antes da explosão do celular e não teve ferimentos.
O gerente de Saúde e Segurança da Cemig alerta que o carregamento de tais aparelhos deve ser feito sobre uma superfície lisa e bem ventilada, livre de materiais combustíveis como tecidos de toalhas de mesa, colchas de camas e forros de sofás, dentre outros. “Em caso de princípio de incêndio, os materiais queimarão com facilidade e propagarão as chamas a outros cômodos da casa ou do apartamento”, explica.
(Fonte: Cemig)