Nos esportes mais populares, e em especial no futebol, uma torcida é sempre mais que uma torcida. É uma celebração permanente, um estado de espírito e, quase sempre, uma declaração de amor. Em Pedro Leopoldo, a BicaGalo é mais do que uma associação de torcedores do Clube Atlético Mineiro: é uma proposta de boas práticas de gestão, que ganhou corações e mentes dos atleticanos e se mantém há cinco anos.
Boas gestões pressupõem continuidade do trabalho, com transições pacíficas e produtivas. E é assim que se dá a “passagem do bastão” entre o presidente da BicaGalo nos últimos dois anos, Emiliano Braga, e aquele que vai administrá-la a partir de agora, o engenheiro Juliano Fagundes. E que é, segundo o novo presidente, um dos maiores desafios de sua vida. “É uma tarefa importante e prazerosa; pedimos sabedoria e prometemos muito empenho para que o trabalho dos outros presidentes seja preservado e, se possível, aprimorado”, diz Juliano.
Este trabalho seguiu um caminho estruturado. “Criamos um estatuto, trabalhamos em cima do registro da marca e da oficialização da associação e, desde 2018, as camisas da BicaGalo são um produto oficial e licenciado”, explica Emiliano, que está à frente da Pruftechnik MGS, empresa de fornecimento de produtos e serviços de manutenção industrial que tem sua sede em Pedro Leopoldo. A empresa é a principal fornecedora de produtos de uma fabricante alemã e, além da distribuição e suporte no Brasil, é o centro de serviços e reparos da marca para América do Sul.
Uma experiência consistente que lhe permite saber que, tanto em seu negócio quanto na BicaGalo, trabalho coletivo e paixão são fundamentais. “Os desafios de estar à frente de uma associação de torcedores são muito diferentes daqueles que um gestor de empresa privada enfrenta normalmente em seu dia a dia”, reconhece Emiliano. “Minha experiência profissional antes da BicaGalo serviu para formular questões de planejamento e planos de crescimento, mas a forma de motivar o grupo é completamente diferente”, ressalva.
Na BicaGalo, todo o trabalho é realizado por voluntários e, segundo Emiliano, “você lida com o ápice da emoção a cada vitória e com a baixa de ânimo quando as coisas não saem bem dentro de campo”. Importante neste processo é a amizade que foi criada entre os membros da torcida e que suaviza o cotidiano da associação. “Tive que entender rapidamente que as reuniões para organizar festas e eventos não podem ser formais. Foi um choque, mas me acostumei logo”, brinca o empresário.