Estamos nos aproximando da campanha eleitoral que, por causa da pandemia, teve seu início adiado para setembro. As eleições municipais têm características próprias e são um retrato do Brasil real. Infelizmente, a profunda polarização política que o país vive e, pior, o contexto socioeconômico que anuncia um empobrecimento sem precedentes de nosso povo, mostram que a coisa pode ficar bem complicada.
Imaginem mais da metade da população sem emprego, que é o que o IBGE tristemente nos aponta. E como todos sabemos, a verdade está no IBGE. Agora pensem que boa parte desse exército industrial de reserva estará a serviço de alguma candidatura para sobreviver agora, mas lutando com unhas e dentes por um lugar na engrenagem se ela for a vitoriosa. Por causa da pandemia e da própria evolução tecnológica do processo, os cabos eleitorais vão reduzir suas visitas, as reuniões serão poucas, não haverá comícios e nem moças e rapazes com bandeiras nos sinais.
No entanto e de um jeito novo, vai ser um pega pra capar. Afinal, vivemos um tempo dominado pelas redes sociais e nas quais fakenews se tornaram instrumento obrigatório na briga pelo poder. Podemos esperar o eleitorado sendo alimentado de noite por vários “gabinetezinhos do ódio”. com mentiras a serem distribuídas de manhã nos milhares de grupos familiares.
Mas o pior mesmo virá depois de anunciado o vencedor. Como não há lugar para todo mundo, muitos serão os insatisfeitos e cada vez mais barulhentos nesta caixa de ressonância eletrônica. Para os próximos anos, podemos prever que a oposição extraoficial, aquela que fica metendo o pau nos prefeitos e vereadores durante todo o mandato, mereçam eles ou não, vai se ampliar exponencialmente e se revelará logo nos primeiros meses.
Neste contexto, a sociedade e, em especial, os meios de comunicação têm uma missão pela frente que pode ser catártica, libertadora. A checagem dos fatos e o consequente desmascaramento de fakenews poderão fortalecer a imprensa em sua função primordial de informar e conscientizar e, como tal, empoderar o eleitor para votar em favor dos interesses da comunidade.