Os dados são do IBGE e se referem a 2018. Para cada quatro em cada dez brasileiros, não há outra opção: se eles quiserem assistir a um filme na telona, terão que procurá-lo nas capitais ou cidades maiores. Não é o caso de Pedro Leopoldo, que tem seu cinema, o Marajá, desde 1956.
O Cine Marajá tem apresentado uma programação contemporânea, estreando blockbusters como os de heróis da Marvel praticamente ao mesmo tempo que as salas de Belo Horizonte. Tem cerca de 100 lugares, ar condicionado e, naturalmente, refrigerante e pipoca. Foi inaugurado em 15 de março de 1956, por Edson Jorge, que ainda hoje é o dono do cinema e, aos 90 anos, é o exibidor mais antigo do país.
De vez em quando, empresas, políticos e o próprio poder público acordam para o potencial de acesso a cultura que o Marajá representa. Já promoveram sessões especiais e gratuitas, prestigiadíssimas pelo público, empresas como a Holcim e a Precon (que inclusive patrocinou a reforma da sala através de renúncia fiscal), o vereador Marcos Marinho e projetos como o Cine Circo.
Para cumprir sua função de portal para a cultura, porém, o Cine Marajá deveria ser parceiro de projetos permanentes, patrocinados por empresas e poder público, cujo objetivo seria abrir o maravilhoso mundo do cinema – e todas as suas possibilidades- a crianças e adolescentes. A filmografia brasileira e mundial ensina muito sobre história, política, economia, arte, costumes, sentimentos. E nada melhor do que mergulhar neste universo em uma sala escura, diante de uma tela grande…. e com pipoca, é claro.