Se 2020 foi um ano que o mundo, se pudesse, preferiria esquecer, foi também aquele que guardou, em seus últimos momentos, um presente para Pedro Leopoldo que a cidade, há muito carente de investimentos e oportunidades, recebe com entusiasmo. Vem aí a fábrica da cervejaria Heineken – uma planta industrial de R$1,8 bilhão, focada em produtos premium, que será instalada na região do Fashion City e irá gerar 350 empregos diretos.
As conversas entre o novo Executivo municipal e a Heineken estão a todo vapor. Representantes da cervejaria já se reuniram presencialmente com a vice-prefeita Ana Paula Santos e fizeram contatos remotos com a prefeita Eloísa Helena, agilizando processos burocráticos para os licenciamentos, inclusive ambientais, necessários ao funcionamento da empresa.
Neste 27 de janeiro, Pedro Leopoldo completou 97 anos de emancipação e aguarda o centenário cheia de perspectivas e, principalmente, de esperança. Que essa nova grande empresa, a exemplo da fábrica de Tecidos e das cimenteiras, que marcaram ciclos anteriores de prosperidade, inaugure a retomada econômica da região. E que, com ela, venham novos empregos, empreendimentos, serviços, enfim, um futuro melhor para os pedro-leopoldenses.
Nesta coletânea de artigos, o site AQUI PL mais uma vez convidou pedro-leopoldenses de todos os matizes ideológicos para pensar a cidade. Desta vez, para revelarem um pouco da sua relação com ela e mais: que presente dariam à sua cidade neste aniversário? Vamos abrir a caixa e descobrir quais são. (Bianca Alves)
UM PRESENTE QUE EU QUERO DAR PARA A CIDADE
Denise Rafael
Nasci e cresci aqui em Pedro Leopoldo. Morei por um tempo fora mas voltei com uma família quase formada. Tive uma infância feliz, brincadeiras de rua, papagaio, o vôlei na casa de Dona Sinhazinha, a bente-altas na rua Romero Carvalho. Tempo bom. Mas tempo passa. Crescemos, eu e a cidade. Aquela Pedro Leopoldo de tanto tempo atrás mudou, precisou se adaptar, recebeu milhares de novos pedro-leopoldenses, surgiram novas demandas, problemas e soluções.
Aquela cidadezinha que já teve um cinema gigante, um jóquei clube, exposições agropecuárias de nível nacional, parece outro lugar agora.
Engraçado como cidades parecem máquinas do tempo, quando em suas esquinas muitas vezes somos transportados a um tempo passado, enquanto numa outra parece que estamos em um lugar distante, tamanha a mudança.
Uma grande mudança numa pequena Paris quase centenária (que, no entanto, foi lar da mulher mais antiga da América).
O que você acha que uma cidade desse estilo merece ganhar de presente em seu aniversário? Eu gostaria de dar alguma coisa diferente, sei que serão muitos presentes e eu queria dar algo inesperado, inesquecível. Pouca modéstia, não?
Muitos vão dizer que um bom presente é uma infraestrutura de ponta, limpeza de ribeirões, ruas sem buracos, obras terminadas e manutenção de verdade nos prédios públicos.
Há os que vão querer presentear com serviços de saúde resolutivos, empregos e oportunidades, mobilidade urbana, água de qualidade.
Vai ter gente brindando a cidade com um comércio forte, lazer diversificado, turismo consolidado e educação de ponta, em todos os níveis.
Vão chegar muitas árvores, mais verde, mais flores nas ruas e nas praças bem cuidadas.
Pessoas vão dar de presente dignidade, gentileza e leveza.
Bom, eu daria para a cidade um teatro. Nada muito imponente, como os clássicos monumentos pelo país afora. Bastava ser um espaço aconchegante, confortável, representativo, que propiciasse o contato com esta arte tão cara e próxima do público. Um local de múltiplas funções, de fácil acesso e que colocasse a cidade no roteiro de eventos culturais tão necessários em tempos tão cheios de arestas.
Bom, meu presente pode não chegar por este ano, mas quem sabe não seria algo a se pensar para chegar no centenário?
AHHH…MINHA PEDRO LEOPOLDO DITOSA
Matheus Borges
Pedro Leopoldo é um caso de amor que surgiu aos poucos, na exata medida em que a fui conhecendo. Começou nas estradas de terra de Vera Cruz de Minas, criança, andando de bicicleta e subindo nas suas mangueiras e goiabeiras. Visitando a minha mãe, professora, no grupo escolar, ou indo com o meu pai na venda do João Doce, escutar com atenção os mais diversos e variados causos da região, sempre comendo um pão com salame e bebendo mate couro, o refrigerante mais gostoso da minha infância.
Aqui cheguei com quatro meses de vida, em dezembro de 1977. Daqui parti aos prantos, com sete anos, em 1985, para depois voltar novamente em 1991, já adolescente, procurando os poucos e bons amigos que havia deixado para trás. Essa segunda e definitiva fase começou com os jogos de futebol, basquete e peteca na Fazenda Modelo e no Ceppel, as paqueras na rua do Adelso e depois, já rapaz, com as festas e farras que sempre terminavam na Casa Verde do meu amigo Marco Antônio, lá na Nossa Senhora das Graças – a rua da boemia da cidade – onde morei por mais de vinte anos.
Foi lá na Casa Verde, aliás, que conheci a Bianca Alves, uma das minhas madrinhas de casamento e que hoje me pediu que eu escrevesse um texto sobre o aniversário da nossa cidade, cujo tema seria qual o presente que eu gostaria que Pedro Leopoldo recebesse. Difícil questão! PL, ou Vila Dágua, ou Cachoeira das Três Moças já foi agraciada simplesmente com um Chico Xavier, maior médium do mundo e figura humana fantástica. Aqui nasceu Dirceu Lopes, um dos maiores gênios do futebol mundial, que defendeu por anos a camisa do meu Cruzeiro.
Nas nossas grutas e cavernas foi descoberto o crânio de Luzia e com ela, a história da chegada do ser humano às Américas. Contamos com uma localização privilegiada, flora e fauna riquíssimas e, como se não bastasse, ainda temos o Boi da Manta! Ao que parece, tá faltando mesmo a nossa parte, de nós moradores e pedro-leopoldenses, porque sim, a despeito de não ter nascido em Pedro Leopoldo, me considero daqui. É a cidade em que fui criado, casei e tive as minhas filhas. Sou um pedro-leopoldense de coração como tantos outros que a escolheram por amor.
Pois o presente de aniversário que a cidade merece é justamente o nosso retorno como cidadãos. É inadmissível termos, naturalizarmos e aceitarmos a miséria e a exclusão social. Pedro Leopoldo não merece as nossas crianças nas ruas, vendendo balas nos sinais. Não merece pessoas dormindo ao relento, sem um teto para a proteção do frio e da chuva e não pode ter que conviver de forma pacífica, com a necessidade da caridade de um prato de comida para quem nunca deveria passar fome.
Ahh, mas é a crise! Sempre vivemos em crise. O Brasil foi a terra em que pessoas foram escravizadas por mais de 300 anos! Uma escravidão que nunca foi devidamente reparada socialmente, de modo que a nossa crise – do Brasil e de Pedro Leopoldo – é uma crise de solidariedade, cidadania e humanismo. Nesse 27 de janeiro, o nosso presente deveria ser justamente esse: solidariedade para com próximo, empatia e tolerância com as diferenças, respeito às diversidades de ideias e pensamentos, bem como a exata noção de cidadania para trabalharmos por uma cidade melhor para TODOS.
Que o pedro-leopoldense saiba exercer a democracia. Que lute por seus direitos com a devida responsabilidade, sem agressões gratuitas ou disseminação do senso comum e notícias falsas nas redes sociais. Que a histeria dê lugar à razão. A gritaria, ao bom senso. A ignorância, à ciência e à racionalidade. Enfim, que a opção seja pelos livros e não pelas armas. Não há presente melhor do que uma nova consciência baseada no amor e na fraternidade ao próximo, que resultem em ações efetivas para a melhoria da vida de toda uma comunidade.
Meu presente para Pedro Leopoldo, na verdade, é um desejo de mudanças. Mudança de toda uma mentalidade. Talvez um sonho, mas acredito, piamente, que não há lugar no mundo melhor para sonhar do que na terra de Chico Xavier, Dirceu Lopes e Luzia. Aqui, minha querida Bianca Alves, sonhos podem sim se tornar realidade. É o que espero. Feliz aniversário Cachoeira Grande!! Ditosa e, quem sabe um dia, de fato progressista!
AQUI É PEDRO LEOPOLDO
Emiliano Braga
Minha relação com Pedro Leopoldo começou em 1988, mais precisamente em dezembro daquele ano. Não sei o motivo, mas mesmo tendo cerca de cinco anos de idade na época, eu me recordo com clareza daquele momento, quando minha família chegava aqui para morarmos em um prédio na rua Senador Melo Viana. Logo depois nos mudamos para o Bairro Triângulo.
Meu pai havia pedido para sair de uma empresa estatal pertencente à Petrobras, linha de fertilizantes da gigante brasileira na região do Triângulo Mineiro, para vir trabalhar na então Ciminas, hoje LafargeHolcim. Minha família chegou a Pedro Leopoldo por caminhos não muito convencionais, pois já naquela época eram raros os casos em que trabalhadores trocavam uma companhia estatal por uma privada.
Logo percebemos que a decisão tinha sido acertada, o povo hospitaleiro cativou todos da família e eu e minhas irmãs, que também chegaram nessa cidade muito novas, logo começamos a chamar essa terra de “natal’’. Aqui minha família construiu uma linda história baseada em arrimos sólidos que geram emprego, renda e perspectivas.
Há mais de 30 anos, tendo as bênçãos de viver em Pedro Leopoldo, pude ver a transformação da cidade, vivenciando as várias fases do Boi da Manta, a festa do poste ou beleza da Cachoeira do Urubu; o crescimento e solidificação do nome Chico Xavier como Mineiro do Século e a grande mudança da base econômica da cidade. Ela, que chegou a ser capital do polo cimenteiro se prepara para ser, se Deus quiser, a cidade de uma gigante do setor de bebidas. E que continue produzindo cimento e outras riquezas, é claro.
A minha relação com Pedro Leopoldo tinha que ser assim, intensa, me sinto bem aqui, desde ir tomar um café no centro da cidade no dia de semana em uma rápida fugida do trabalho a passear com minha esposa e filhos no final de semana, tudo tem um clima muito especial, é diferente. Não importa o lugar do mundo para o qual eu viaje, nem os motivos, quando volto a felicidade é grande, fico procurando as fábricas de cimento pela janela do avião antes da aterrissagem e quando estou na MG 424, que muitos aqui chamam de ‘’BR”, fico só esperando aparecerem as chaminés da Cauê, hoje Intercement, para verdadeiramente me sentir em casa.
Foi com todos esses sentimentos de pertencimento que, no ano passado, me candidatei a ser prefeito da cidade. Além dos compromissos com um grupo ideologicamente romântico com a política, existia a vontade de ajudar a cidade, as pessoas e as histórias que irão ficar registradas em nossos livros. Não venci, mas não consegui ficar chateado com o resultado, pois fiquei muito feliz por tantas pessoas, dessa mesma cidade que eu amo, terem apostado e confiado a mim seus votos, que eu não posso deixar de registrar aqui, superaram bem as expectativas de muitos, já que fui apoiado precisamente por 7.194 eleitores.
Quero deixar registrado que pretendo dar muitos presentes a Pedro Leopoldo ainda, junto com minha família e amigos, sendo um cidadão correto, coerente e que respeite as pessoas e principalmente meus conterrâneos.
Parabéns Pedro Leopoldo, pelos seus 97 anos, quase centenária, e que Deus nos ajude a construir sempre uma cidade melhor, com os melhores valores e com um senso verde e amarelo sem preconceitos ou rixas.
Aqui é Pedro Leopoldo.
EU DARIA UM PRESENTE PARA SER RETRIBUÍDO
Matheus Utsch
Gostaria de dar de presente uma cidade que desse setas, aliás, ainda vou criar um adesivo para distribuir com os dizeres “eu dou seta”… Ah, uma cidade com ciclovias por toda a principal até a Quinta do Sumidouro e outra emendando a pista de Cooper pela estrada nova até Vera Cruz. Com pequenos olhos de gato para brilhar bastante à noite destacando-se no breu do eucaliptal mesmo em noite de lua cheia. Eu daria também árvores verdinhas de doer os olhos no caminho, fazendo sobra pra quem assovia ao ir trabalhar de bike tranquilo da vida. Pensando em quanto o filho aprendeu na escola integral de qualidade e já já poderá ingressar em uma das centenas de empresas de tecnologias instaladas na cidade para gastar seu salário de 10 mil justos nas 35 horas semanais em um dos pontos turísticos… e podendo escolher ao final de semana fazer a Trilha dos Povos de Luzia de 100 quilômetros ou encontrar europeus no Caminho de Luz.
Ao dar de presente tudo isto, ela me devolverá em dobro ao me permitir dizer cheio de orgulho em plena Avenida Paulista que sou filho da cidade modelo do Brasil, aplaudida de pé.
QUE GERMINEM SENTIMENTOS BONS E NECESSÁRIOS
Eliane Matilde
Chegamos aos 97 anos da criação de nosso município. Felizmente, pouco mais da metade desse período eu vivo aqui. Vivo, mas o melhor é que gosto de ser uma moradora e me sentir parte de nosso mundo pedro-leopoldense.
A cidade recebe nossa influência enquanto moradores e se faz cidade acolhedora, cidade que nos faz bem.São tantas histórias sem fim a fazerem da cidade um espaço de grandes emoções, uma cidade querida.
Presenteá-la com o que temos de melhor é nossa satisfação. Portanto, nosso lugar acolhedor, nossa PL, merece muito mais pessoas que amem viver aqui e queiram contribuir para uma cidade cada vez mais bonita, hospitaleira, limpa, justa, sustentável, evoluída e tantos outros adjetivos que ela merece ter.
Podemos dar presentes como um cuidado especial: através dos mínimos gestos de amor às pessoas, à natureza, praticando gentilezas no dia a dia, protegendo e preservando o meio ambiente, um zelo consciente e humanizado pela vida em todos os sentidos.
Podemos nos doar, em uma cidade onde uns cuidam dos outros e cuidam do lugar onde vivem, proporcionando afeto, união, alegria, compreensão; enfim, proporcionando sentimentos bons. E necessários que germinem nesse período de aprendizagem ao qual estamos todos submetidos.
QUE SEJA AGRADÁVEL E SEGURO ANDAR POR NOSSA TERRA
Darlan Chaves
É com muita alegria que vejo Pedro Leopoldo se aproximar de seu centenário e ainda guardar um aspecto de cidade pacata, do interior, não obstante a curta distância que nos separa da Capital.
O presente que eu gostaria de dar para nossa cidade é fazer acontecer um plano que melhore a mobilidade e resgate os espaços para os ciclistas, para os pedestres e também para os motoristas. Que permita andar de bicicleta sem disputar os espaços. Que permita caminhar pelas calçadas sem sofrer com tantos obstáculos. Que permita se deslocar para os bairros com segurança.
Fazer a avenida Canal e a avenida que liga a cidade à região Norte se transformarem em realidade e que isso torne agradável e seguro percorrer nossa terra, seja a trabalho ou a lazer.
AS HISTÓRIAS ESQUECIDAS DA TERRA
Camila Rajão
Pedro Leopoldo ainda carrega em si a tranquilidade de uma cidade pequena onde as pessoas se conhecem pelo nome ou por suas referências, pelos bairros onde moraram, pelas famílias as quais pertencem, pelos lugares em que trabalharam ou pelos amigos que cultivam. Um velho hábito de conhecer alguém por sua história, pelos caminhos trilhados e pelas memórias que se guardam.
Por este hábito, muito sabemos sobre as famílias tradicionais da cidade, aquelas que aqui se estabeleceram há muitos anos, com maior poder aquisitivo e poder político, trazendo contribuições de desenvolvimento econômico para o município. Essas famílias estão estampadas nas placas que dão nomes às ruas, nas escolas, nas praças e nos prédios públicos. Nomeamos também as vias e a própria cidade com nomes de personalidades com quem tivemos pouco contato, seja o engenheiro Pedro Leopoldo ou o Comendador Antônio Alves.
Às vésperas do aniversário de 97 anos de Pedro Leopoldo, eu desejo que continuemos com este hábito, mas que possamos começar a pesquisar, a ouvir, a escrever e a divulgar as histórias e as memórias daqueles que ainda não estão nos livros ou nos nomes dos espaços públicos. Que possamos valorizar as comunidades que se originam do povo preto, como as comunidades de Vera Cruz e o Quilombo do Pimentel, reforçando a contribuição dessas pessoas para a construção da cidade. Que possamos nos perguntar quais histórias nos contam os trabalhadores da fábrica de tecidos tão importante para o início do nosso município.
Quais experiências e memórias temos registradas dos trabalhadores da linha ferroviária que atravessa Pedro Leopoldo? O trem ainda se faz recordar todos os dias nos nossos ouvidos, mas quais são as histórias dos ferroviários e operários que abriram caminho entre a terra calcária, colocando sobre ela os trilhos de ferro? O que queriam para a cidade, aqueles que assentaram a pavimentação da avenida Comendador Antônio Alves? Quais eram e são os nomes e os sonhos dos auxiliares de enfermagem e da limpeza que atuam incansavelmente nos nossos hospitais? O que desejam e o que pensam sobre a cidade aqueles que todos os dias lavram a terra para fornecer a comida que nos alimenta?
Para os próximos 97 anos de Pedro Leopoldo, desejo que possamos visitar nos becos das memórias esquecidas e silenciadas, a história do povo simples, forte, trabalhador que construiu com suor e lutas a cidade que temos hoje. Que possamos conhecer as histórias de Zita Dias da Silva, Raimundo Moreira, Dona Liquita, Levi Moreira, Ataíde Souza, Maria Geralda Campolina, Seu Marinho e Dona Maria, Maria Luiza Moreira, as benzedeiras Nazita e Inhátita, Cláudio Pereira (Nozico), Geraldo Vieira (Ticuia), Puri, José Nestino, Iris e Maria da Conceição (Sinhá), Conceição Braúna e muitos outros que deixaram as suas raízes em nossa cidade.
Por uma história, múltipla, colorida e plural do nosso município. Pedro Leopoldo somente será uma cidade moderna, desenvolvida e igualitária quando olhar para o seu passado e presente reconhecendo e dando voz a todos os grupos e pessoas que até o momento estão às margens do poder público e da visibilidade, mas que foram e são fundamentais para a formação e funcionamento de nossa sociedade.
NASCI NA MATERNIDADE NA QUAL HOJE SOU MÉDICO
Marcus Marinho
Nasci na maternidade Dr. Eugênio Gomes de Carvalho, na qual trabalhei como técnico de laboratório colhendo sangue dos pacientes e hoje sou médico plantonista como obstetra e ginecologista. Nasci de parto cesáreo pelas mãos de Dr José Luciano Issa em 1974 e hoje tenho minha Clínica no Bairro Joana D’arc, onde há seis anos atendo pré-natal e problemas ginecológicos. Tem o nome de Clínica da Mulher Conceição Marinho Vieira, nome da minha tia que morou no local.
Temos várias coisas em nossa cidade que encantam pessoas de fora, enquanto nós mesmos não damos valor. Sou apaixonado pela Corporação Cachoeira Grande, da qual fiz parte por uns cinco anos. Tenho saudade de muitas coisas que já tivemos, como a árvore de Natal na mata da Cauê, do boi da manta, que ainda vai demorar para sair às ruas e do nosso antigo carnaval.
Eu, como pedro-leopoldense, gostaria de dar vários presentes para a nossa cidade. Que nossos governantes terminassem de uma forma mais simples o memorial Chico Xavier. Que as obras do PA e Hospital Municipal fossem concluídas e que a ponte próxima à rua Manuelito Cunha fosse ligada à rua Santos, conforme um croqui que deixei com a administração anterior, quando atuei como vereador.
Que fosse feito um museu de cera com as obras mais importantes de Chico Xavier (temos um museu assim no Santuário de Aparecida com os milagres da santa). E que divulguemos mais Luzia – seu busto precisa de um local para visitação. Nesse aspecto, temos que trabalhar mais também os registros de Fernão Dias e as grutas da cidade.
A cidade precisa de um Mercado Municipal – o exemplo está aqui do lado com o que está sendo construído em Matozinhos – e de uma sede para a querida Corporação Musical Cachoeira Grande.
UMA AMIZADE SINCERA PARA OFERECER
André Santos
Sabe essa paixão arrebatadora que as pessoas sentem pela cidade onde moram? Aquela coisa bonita, que faz o caboclo viajar o mundo, mas ainda conservar aquele brilho no olhar, quando tá chegando e vê a placa de entrada da cidade?
Sabe aquela sensação gostosa de estar chegando verdadeiramente no porto seguro em que a alma descansa e o corpo se revigora? Aquele pedacinho do céu particular, em que o caboclo conhece com intimidade até os tijolos do banquinho da praça, e chama cada cachorro ou gato da vizinhança pelo nome?
Sabe aquele lugar em que todo mundo, mais que conhecido, é um pouco familiar? Onde o caboclo lembra exatamente de cada detalhe, e do qual ele sente falta onde quer que esteja, mesmo que encontre tudo em maior escala? Quando eu chego em Pedro Leopoldo, eu não sinto nada disso.
Aqui não é o lar da minha alma, nada dessas coisas todas. O destino foi criativo ao extremo, quando moveu as peças e eu vim parar aqui. Minha relação com essa cidade nunca foi de carinhoso afeto fraternal. E não raro, eu me pergunto se é aqui mesmo que eu vou terminar a caminhada.
Essa verdade, essa sinceridade, esse olhar distante o suficiente. Esse, meus caros, é meu presente para a aniversariante Pedro Leopoldo. É dessa forma que eu me permito observar a cidade com uma dose de isenção que me ajuda a pensar e repensar aquilo que eu posso fazer por essa terra.
Daquilo que gosto, quero participar intensamente. Daquilo que não gosto, quero fazer parte da solução, da renovação. Daquilo que faz falta a comunidade, quero fazer parte da criação, da construção. Tenho esse foco, ao longo de quase quatorze anos de serviço público, e é assim que eu acredito que posso colaborar, que posso dar a cidade o melhor de mim. Eu me considero um amigo da cidade, e uma amizade sincera, às vezes, é o melhor que se pode oferecer.
PRECISAMOS PRESERVAR NOSSA MEMÓRIA E HISTÓRIA
Constantino Leão
Gostaria de desejar à minha querida Pedro Leopoldo no auge de seus 97 anos: prosperidade, tolerância, uma política de geração de empregos e renda e uma cidade que não perca sua história e sua memória.
Uma cidade próspera é uma cidade focada no futuro, com os pilares do crescimento sustentável.
Uma cidade tolerante é uma cidade democrática. É uma cidade que respeita suas diferenças, sejam elas religiosas, sexuais, políticas e interpessoais. Tolerância é sinônimo de inteligência e crescimento.
Cidade desenvolvida é aquela que investe em emprego e renda. Quanto mais postos de trabalho, mais pessoas inseridas no mercado e consequentemente mais giramos a economia municipal. Quanto mais renda, mais recursos são investidos num ambiente econômico positivo para o município.
Mas precisamos também preservar nossa memória e história: Uma cidade não pode viver sem seu passado, uma cidade não pode viver sem sua história, sem sua memória. Aos 97 anos, Pedro Leopoldo tem hoje, graças ao arquivista e memorialista Geraldo Leão, um precioso e inestimável arquivo histórico. A nossa história e seus 97 anos de vida estão lá guardados com muito zelo e responsabilidade.
Esse arquivo de suma importância para o povo de Pedro Leopoldo, está hoje dando passos largos rumo à criação da Associação Cultural Arquivo Geraldo Leão. É uma forma de perpetuar o trabalho do memorialista, que dedica e dedicou grande parte de sua vida pela cidade e sua gente guardando, preservando e arquivando nossa história e nossa memória.
AMO ESTA CIDADE E NÃO ME VEJO LONGE DELA
Pablo Dias
O que mais me encanta nesta cidade é a sua simplicidade, aqui as pessoas te cumprimentam sem ao menos te conhecer e isso é maravilhoso. Antônio meu filho acaba de nascer, aqui em Pedro Leopoldo. Um dia poderei levá-lo para conhecer o nosso cinema, um dos poucos que ainda restam nas cidades do interior de Minas.
Nascido e criado em Pedro Leopoldo, eu amo esta cidade e não me vejo longe dela; por amor ao meu município, tenho boas ideias que seriam o meu presente para melhorar a vida do pedro-leopoldense.
Um exemplo é o mototáxi, meio de transporte rápido. barato e prático, que gera emprego para muitas pessoas e economia para o cidadão. Essa é uma das muitas ideias que tenho para a nossa querida cidade, com a qual espero colaborar sempre. Feliz aniversário, Pedro Leopoldo!
UM SERVIÇO DE SAÚDE DE PRIMEIRA LINHA
Sérgio Bogado
Se pudesse dar um presente para Pedro Leopoldo, seria um serviço de saúde pública de primeira linha. Uma das condições para isso é o P.A. ser uma UPA de fato, um local de atendimento rápido a casos graves, com estrutura para estabilização do quadro e encaminhamento aos hospitais, quando necessário.
Outra necessidade que temos é a real implementação do consórcio de saúde regional, com cada cidade contribuindo com o que tem de melhor no setor. Atualmente, todas elas fazem pouco, com baixa resolutividade. Se todos os municípios se unissem, poderíamos fazer compras em uma escala maior com menores custos, por exemplo. E cada cidade disponibilizaria serviços específicos como cirurgia geral, ortopedia, maternidade, serviço de imagens, com um mínimo de deslocamento.
Em Pedro Leopoldo, a Maternidade é a única recebendo parturientes de toda a região. Ela, no entanto, está ociosa e, com poucos investimentos, tem estrutura para ser bem mais útil, oferecendo mais serviços de saúde. E não seria necessário gastar uma fortuna para fazer funcionar um hospital gigante.
QUE PRESENTE EU GOSTARIA QUE PL RECEBESSE EM SEUS 97 ANOS
Rogério Tavares
Gostaria muito de sensibilizar parcerias no sentido de se presentear Pedro Leopoldo com o “Espaço da Espiritualidade”. Uma intervenção urbana/cultural do nosso artista plástico Márcio Euzébio Barbosa, que propôs lá no alto do CEPEL (Centro Poliesportivo de Pedro Leopoldo) uma referência em um dos mirantes mais belos da cidade, assim como os vários Cruzeiros e Cristos Redentores existentes pelo mundo afora.
Bem no coração do “Caminho de Luz” alusivo à trajetória de Chico Xavier, nos remeteria a um espaço de encontro ecumênico, onde o ser humano se conectaria com o sagrado através das diversas religiões e formas de espiritualidade.
De lá também vemos a cidade, em parte no centro, com sua dinâmica de ocupação, verticalização, ladeada ainda por importantes áreas verdes como a matas da Fazenda Modelo, RPPN Sol Nascente, parques Andyara e Capão.
Um espaço para nos inspirar a celebrar o Centenário da Cidade e a construir os próximos anos do Novo Centenário, trazendo a valorização de nossa memória histórica e cultural e vislumbrando uma cidade próspera. Com toda sua pluralidade e criatividade para se reconhecer na limitação de seus recursos naturais, na sua sustentabilidade e ainda sim vislumbrar prosperidade para todos os munícipes, integrando-se regionalmente e ainda se colocando com seus diferenciais para o mundo – afinal, temos à porta um aeroporto Internacional.