Com o show de 125 mil, eu fico meio melancólico ao falar do aniversário de 99 anos da cidade, é que gosto demais daqui, até mais do que deveria e gostaria. Queria ser do mundo, mas sou daqui, num mundinho pequeno e feliz, que vai do Sobrado até o Pé da Vaca e só. Mas de vez em quando este mundinho é triste, principalmente nestes tempos de chuvas em que gravei mais de doze vídeos sobre os problemas provocados por elas e ouvi tantos relatos de pessoas que sofrem, que a gente acaba absorvendo, a gente é gente e nem sempre só um agente.
No Regimento Interno ou Lei Orgânica que tanto aprendi e li deveria ter um capítulo de como não absorver estas coisas, não acordar à noite às vezes pensando na doninha que você viu no ponto de ônibus ainda 5 da manhã esperando outro ônibus lotado para ir trabalhar em BH, porque aqui não tem empregos.
Era para ser um texto bem feliz, como eu me sinto na cidade, mas sempre agradeço pelos 18 anos que milito na política da cidade, ter me abstido por 16 de me candidatar porque estes últimos 2 anos foram pesados. É todo mundo pensando em reeleição e a cidade que sempre falaram ser do futuro e chegou a ser do presente, hoje é do passado, e um passado que não passa nos buracos que só aumentam a cada ano.
Ano que vem, quando Pedro Leopoldo fizer 100 anos, meu artigo será mais feliz, não porque eu acredite de verdade, é porque eu tenho fé, e a fé é acreditar naquilo que você não acreditaria em estado normal, é tipo perdoar, a gente só perdoa o imperdoável, o resto é só pra contrariar mesmo.