Algumas pessoas dedicam suas vidas a pensar. Normalmente, publicam livros sobre as conclusões a que chegaram. Nós, que temos que trabalhar muito, sem muito tempo para trabalhar as ideias, nos beneficiamos muito de quem pensa por nós. Ou melhor, de quem nos oferece um cardápio de ideias, que podemos absorver ou não, de acordo com o que fomos até aquele momento ou o que queremos ser daí por diante.
O sociólogo Zygmunt Bauman é um desses grandes pensadores. Em entrevista ao portal El País, ele vê que movimentos como o dos indignados espanhóis e outras primaveras políticas “sabem como preparar o terreno, mas não como construir algo sólido”. São explosões de solidariedade, que levam muitas pessoas às ruas mas, como toda explosão, são muito potentes e muito breves.
O que fica mesmo, o que se dirige para o futuro são nossos reais valores, principalmente na política e, em especial, os democráticos. Nesse contexto, sempre é bom lembrar que a eleição municipal está chegando. E faço minhas as palavras de uma colega jornalista, a Adriana Spinelli. Adoro votar. Adoro o dia de eleição. Me sinto importante. Cidadã, coletiva e solidária. Saio de casa com um orgulho danado. Como ela, acompanho os debates, as entrevistas, os programas de rádio e TV e, nesta eleição, vou acompanhar as lives e posts nas redes sociais. Se omitir com aquela velha história de é tudo igual só traz desconhecimento, ignorância e consequentemente, manipulação pelos maus políticos, aqueles que não nos respeitam como eleitores. Respeite você. Vá além da indignação e valorize como nunca sua liberdade de escolha. E escolha bem, porque prefeitos e vereadores vão ditar os destinos dessa cidade, que é nossa.