Imagine uma gestante sentindo as dores do parto lá em Lagoa de Santo Antônio, no meio da noite. Ela chama um táxi, pede socorro ao vizinho, clama por uma ambulância….de qualquer jeito, ela terá para onde ir, com a Maternidade funcionando. Segundo os médicos que fazem o plantão naquele hospital, se ela chegar ainda no começo do trabalho de parto, ela será atendida, coisa que não acontece nos serviços de emergência em Belo Horizonte, que só internam depois dos 4 cm de dilatação. Se chegar antes disso, mandam voltar e não é por maldade, afinal a demanda é grande e os casos mais urgentes vêm na frente. Aqui, em Pedro Leopoldo, porém, o pessoal dá um jeito.
Porque tudo na maternidade tem a ver com dar um jeito…. e isso pode acontecer para o bem de todos. Tomara então que se dê um jeito no atraso dos salários dos médicos, no excesso de cesarianas, nas condições físicas da maternidade (que anda precisando de uma renovada em suas instalações) e na própria participação financeira dos municípios vizinhos, cujas gestantes são atendidas em Pedro Leopoldo. Que todos façam sua parte, já que o convênio é necessário e os recursos são poucos.
O Secretário de Saúde Fabrício Simões já deixou claro que a maternidade não vai fechar e está conversando com todos os envolvidos na questão. A Prefeitura contrata o serviço e não pode, em tese, definir como ele é prestado. Mas o ideal é que a solução, que está sendo negociada com o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), que administra a maternidade, seja para o bem dessas mulheres que, ao trazerem seus filhos para o mundo, não podem contar com mais ninguém.
Entenda a questão
A Prefeitura tem dois convênios firmados com a Maternidade para cobrir procedimentos do SUS. O de menor valor (cerca de R$ 150 mil) é pago via fonte direta com o Ministério da Saúde e cobre partos e cirurgias pactuados entre os municípios da região. O segundo convênio é pago pelo caixa da Prefeitura de Pedro Leopoldo, no valor aproximado de 180 mil por mês e cobre os plantões dos médicos (obstetra, pediatra, anestesista) nos sete dias da semana. Apesar de bancados pela prefeitura de Pedro Leopoldo, os plantões atendem mulheres de toda a região.
Nas reuniões entre a Secretaria Municipal de Saúde e a direção do INDSH, entidade que administra a maternidade, foi proposta a renovação do acordo com alterações que melhorem a qualidade do serviço e priorizem partos e atendimento humanizado às gestantes – o que é prioridade no SUS. A prefeitura tentará corrigir os atrasos, que vêm desde a administração Marcelo Gonçalves.