A espiritualidade Xavier

A espiritualidade Xavier

Professoras Nádia, Yasmim, Jéssica, supervisora Grazy e Lucas Azevedo e turmas do ensino médio….e João, com seu violão.

Na sala de aula, em um lugar que se pode chamar de núcleo de saberes, lá está o João Xavier. Antes de o chamar por esse nome forte, ele ainda não era meu aluno, eu o chamava apenas de João. Porém, no início do ano letivo, ao se apresentar na dinâmica de retorno às aulas, ele disse seu sobrenome e eu então o chamei de João Xavier.  Em seguida, com os olhos brilhando de contentamento, uma de suas características marcantes, ele exclamou:

-Professora, primeira vez que alguém me chama assim. E eu amo o Xavier!

Pouco depois, refletindo sobre a espiritualidade do Xavier, entendo bem o novo Xavier, percebo que o orgulho dele vem do velho Xavier, o Chico que tantos admiram de maneira transcendental.

O João Xavier é daqueles alunos empenhados em seus estudos, dedicado, que reflete o estudante nota mil, aquele aluno que faz com que a Educação seja real e o professor sinta-se realizado, seja valorizado muito além das fronteiras salariais. João representa os presentes diários que nos são dados: alunos com esse perfil estudantil sempre almejado, alunos radiantes, orgulhosos de si, cheios de vida, alegres por serem aprendizes, que também ensinam, respeitosos, a fazerem da escola um espaço mais iluminado.

Porém, como se não bastasse ser um garoto que se destaca por suas qualidades discentes, o João Xavier também traz a música para a escola, traz seu violão para o acompanhar e, vez ou outra, sua voz passeia no Imaculada, espalhando a leveza que essa combinação musical é capaz de produzir na rotina. Rotina que requer, extraordinariamente, ser surpreendida com as artes, lembra-me bem o nosso mestre professor Carluty.

E este ano, particularmente, a música do João Xavier nos acolheu com ainda mais profundidade em momentos de despedidas, de pesar, momentos em que a sensibilidade pedia apenas uma pausa para ouvir um pouco de conforto. Certo dia, o João Xavier levou seu violão para apresentar um trabalho em uma de nossas aulas de literatura. Resolvemos então fazer uma surpresa na sala dos docentes na hora do intervalo. Dessa forma, de repente, o João Xavier, “invadiu” a sala com sua performance musical; e nós, professores, contagiados pelo espírito natalino (É sempre Natal), cantamos junto, e uma alegria instantânea invadiu o tempo…tempo que tanto passa. Logo após a apresentação, o professor Rafael Lima me disse que, pouco antes disso, todos estavam em silêncio, um ar de tristeza aquietava a sala dos professores naquele intervalo. São tantos intervalos na vida… No entanto, há sempre algo bom para nos resgatar novamente para a realidade, para o cotidiano necessário.

O João Xavier afirma que sua paixão musical começou na infância, motivado pela família, pelo tio Cézar também músico; ou seja, educação, família e música juntas formam uma linda canção. E nesse embalo, sem sorrisos “quadrados”, a aprendizagem pode ter, ainda mais, o tom de melodias felizes.

O João Xavier faz questão de destacar sua participação no ENARTE, um encontro de artes espíritas que acontece uma vez ao ano, justamente no mês de novembro. Este ano, o evento se deu no Tupyguá Palace Hotel, com a apresentação de uma peça sobre a origem do espiritismo, surgido na França do ano de 1857. Tal engajamento sociocultural dos estudantes os faz mais completos, melhorando inclusive o desempenho escolar.

Na cidade do Chico Xavier, no ano do centenário de nossa Pedro Leopoldo ditosa, progressista do sertão, é uma dádiva chegar ao fim do ano e enxergar o quanto o menino João Xavier nos conta sobre sermos irmãos… e que sermos cidadãos críticos, criativos e participativos é um milagre diário…

Professor João, Elenita, João Xavier e Eliane Matilde, no Colégio Imaculada

Eliane Matilde

Eliane Matilde é mulher, mãe e professora mas, fundamentalmente, uma pedro-leopoldense que luta por sua cidade

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