Daniel e Fabrício: uma dupla musical no secretariado do prefeito Marião

Daniel e Fabrício: uma dupla musical no secretariado do prefeito Marião

Fabrício, à esquerda, se emociona em show da banda “Vô na batera e os caras tocando” , com seu colega de secretariado, Daniel (à direita)

Como é bom poder tocar um instrumento, escreveu e cantou Caetano Veloso. Justamente por isso, é muito comum que um engenheiro ou jornalista, simplesmente por hobby, tire suas notas de um violão ou saxofone. Mais raro é o artista, que estudou Música e até viveu dela em algum momento de sua vida, conciliar a atividade com algo bem diferente: a administração pública. Em Pedro Leopoldo, essa raridade acontece em dose dupla: dois dos secretários municipais são músicos, no caso Daniel Reis, da Cultura e Fabrício Simões, que responde pela área da Saúde. Ambos bastante ecléticos.

Daniel, que nasceu em Lowell, Massachussets, ouvia desde pequeno Bob Dylan, Pink Floyd, Kiss, Zé Geraldo, Zé Ramalho e Clube da Esquina, por influência da mãe. Aos 10 anos de idade, já em Pedro Leopoldo, ganhou um violão e não parou mais.  Começou tocando na igreja e se apresentando em festivais. Fez parte de várias bandas como The Fhuntos, The Souldiers, Chá de Boldo, Jack Vinil e desenvolveu seu conhecimento musical e habilidade como compositor no curso de Licenciatura em Música com habilitação em violão na UEMG.

“A música para mim é muito mais que uma profissão. É uma realização, é um momento especial onde eu posso me realizar executando aquilo que eu mais amo”, define Daniel, que atualmente é integrante da Banda “Vô Nabatera e os caras tocando”. Banda que, vez ou outra, ganha também a presença de seu colega no secretariado do prefeito Cristiano Marião. Fabrício também começou na música bem novo, aos dez anos, quando cantava na igreja Matriz em PL.

Aos 12, ele começou a ter aulas de violão com o professor Wilson. Tinha 15 quando criou a primeira banda, com o sugestivo nome de Hackers. “Aos 18 eu entrei no Maryjoe e nunca mais saí. Além da banda, tenho um projeto solo em que faço barzinhos com o nome Fabrauto, meu apelido na música desde que entrei no Maryjoe. Sempre gostei do gênero MPB, pop rock e rock, não tenho preconceito com nenhum estilo e respeito todos os músicos desse país”, conta Fabrício.

No caso de Daniel, as duas áreas não brigam – afinal, música é cultura – mas, segundo ele, se confrontam. “Como sou artista e há anos me apresento no município, sempre sou convidado a participar de apresentações, eventos ou por algumas bandas. E sendo o atual gestor da Secretaria de Cultura, isso por vezes gera conflitos”, diz Daniel. Ele cita uma apresentação beneficente em um evento apoiado pela Secretaria de Cultura, quando ele foi extremamente criticado em redes sociais, sendo acusado inclusive de promoção pessoal.

Mas não me afeta”, diz Daniel. “Hoje tenho a maturidade de usar minha arte e paixão em benefício de muitas ações e tenho muito orgulho de tudo que faço. A música me faz perceber melhor as pessoas e suas necessidades, e como a gestão pública é voltada para elas, as coisas se complementam muito bem”, observa.

Segundo ele, nossa cidade é um caldeirão de cultura e, como secretário da área, pôde conhecer mais profundamente essa explosão. “Pedro Leopoldo é extensa e magnífica em diversidade cultural e é uma fonte inacabável de talentos. Sem conhecer isto, nada se faz. Somos um aglomerado de experiências que nos forma em sociedade. Mesmo neste momento de banalização da arte em alguns seguimentos ou sentidos, ela sempre será o registro a mais de nossa existência”, acredita Daniel.

A relação de Fabrício com a música passa por uma questão interessante: criança gordinha, sofria bullying e se sentia inferiorizado, o que o tornou um adolescente tímido e com dificuldade de relacionamento. “Na primeira banda que montei, eu era guitarrista e me pediram para cantar até encontrarmos alguém. Meu receio naquele momento era ter que me comunicar com as pessoas. Como não conseguimos outros vocalistas, o jeito foi me virar e cantar, o que acabou me ajudando a perder o medo de me relacionar”, conta Fabrício.

Conhecer pessoas, cidades e lugares foi um benefício adicional. “Grande parte do que me tornei devo à música”, diz o secretário, que ainda continua com a banda Maryjoe e fazendo shows solo de voz e violão. “Em média são 3 shows por mês, que acontecem nos fins de semana, portanto é bem tranquilo de conciliar com a agenda de secretário e de professor.

Pois é, além de enfermeiro e gestor de saúde, ele é professor. “Os meus alunos na PUC acham um barato o fato de eu ser músico e acabam indo aos meus shows! Aliás nas festas de confraternização da escola, sempre acabo dando uma canja”, revela Fabrício.

Bianca Alves

Criadora e editora do projeto AQUI PL, é formada em Comunicação Social pela UFMG e trabalhou em publicações como os jornais O Tempo, Pampulha, O Globo; revistas Isto é, Fato Relevante, Sebrae, Mercado Comum e site Os Novos Inconfidentes

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