Falamos de futuro e viabilização de Pedro Leopoldo sob chuvas intensas e fechamento da empresa onde está nossa salvação. E porque eu, Matheus, escrevo isto? Porque falo de Planejamento de futuro, coisa que não temos, sou eterno morador do São José, sofri diretamente com as enchentes de 1997 com as perdas dos vizinhos e quero uma cidade planejada para meu filho.
O Juliano de Bila, nosso Secretário de Planejamento Urbano, é um menino inteligente e sério, o problema é que a cada 4 anos mudam completamente a política e gestores. A secretaria de Planejamento Urbano é complexa, 1 ano para entender (se for da cidade), 3 para resolver os problemas urgentes, 3 para planejar as ações importantes e mais 3 para montar o projeto com diversas equipes civis, ou seja, um secretário deveria ficar uns 10 anos na pasta, claro, apresentar primeiro um projetão com as diretrizes e depois carimbarmos o caboclo independente do governo
O pulmão que segura as chuvas dos ribeirões da cidade está localizado dentro do terreno da Intercement (Cauê), é lá que os 2 ribeirões se encontram, é lá onde há o aumento da vazão que impede os alagamentos na cidade. Sem isto, a parte baixa vira um pântano, dizem inclusive que toda área onde está a Cauê, da portaria até o prédio administrativo, era alagado pelo menos até a canela, isto é vazão de água, provavelmente aumentaram a calha (profundidade) do ribeirão para viabilizar a construção da fábrica.
A ideia aqui é propor um debate sobre o Plano Diretor que evite a ocupação desta área, são as planícies de inundação, conhecidas como várzeas.
Fato é que não temos estudos, não sabemos se 100 milímetros podem ou não inundar a cidade porque desconhecemos de fato a situação real dos rios,
Este trabalho teria como premissa uma reunião entre empresários, ambientalistas e interessados (como moradores) e teria que ser proposta pela Secretaria de Planejamento Urbano.
Tópicos para o projeto (SUGESTÃO).
1 – Fazer visita para analisar a situação dentro da Cauê.
2 – Determinar a vazão (ou caudal) necessária em períodos chuvosos.
3 – Determinar a calha (profundidade natural) do rio ao longo da cidade e dentro desta área privada da Cauê.
Calha (cálculo de calhas Parshall).
4 – Periodicidade de intervenções (desassoreamento) no período de seca (para evitar altos custos de aluguel de máquinas).
5 – Alteração do Plano Diretor abordando este assunto, caso contrário boa parte da cidade pode ficar inabitável em alguns anos sem este trabalho preventivo e que pode envolver cidades do entorno como Neves e Vespasiano (que recebe as nossa águas e teve alagamento em 2020).
Só para lembrar que o resultado das chuvas em BH foi exatamente isso, falta de local para escoar, urbanizaram tudo, puro prédio e casas, e nem vou culpar os empresários, a culpa é da sociedade, em especial dos políticos que nunca pensaram num Plano Diretor que se preocupasse lá atrás com aguas em grandes volumes, daqui a pouco BH inteira será como a Vilarinho, uma chuva e já era.
Se não pensarmos desta forma em Pedro Leopoldo, seremos em algum tempo uma Atlântida Urbana de dezembro a fevereiro eternamente.
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