
O pedágio é uma anomalia do sistema que deu certo principalmente em São Paulo, mas é uma lástima em diversos outros pontos, como a MG 050, que, depois de 20 anos, nunca foi duplicada e na BR 040, que passou por diversos problemas.
É uma anomalia porque já pagamos impostos demais, não cabe uma gota no copo que ele derrama, a tributação hoje impossibilita qualquer aumento no orçamento até mesmo de boa parte da classe média, e claro, é muito mais impactante nas classes C e D.
Em região metropolitana não é uma alternativa inteligente implementação de pedágio onde não há necessidade estrutural. A falta de investimentos ao longo de décadas fez com que em determinado momento a conta fosse duplamente jogada para a população, nos impostos e nos pedágios.
Apesar do valor apresentado ainda na gestão Pimentel em 2017 ser de aproximadamente R$23,00 atualizados ida e volta, e o atual ser de R$9,96, ainda sim é incompatível mesmo na lógica de quem é favorável aos pedágios. Ser melhor não quer dizer que é bom, pode ser somente algo ruim melhorado e que ainda assim é ruim.
Vamos aos dados:
Tabela de cobranças na MG424 (fonte: Edital do Governo de Minas)
– Km 4,5 entre Vespasiano e São José da Lapa (R$ 1,66);
– Km 10 entre São José da Lapa e Confins (R$ 1,66);
– Km 15 entre Confins e Pedro Leopoldo (R$ 1,66);
– Km 23,7 entre Pedro Leopoldo e Matozinhos (R$ 3,19);
– Km 35,8 entre Matozinhos e Prudente de Morais (R$ 3,08).
Há sim novidades neste sistema de pedágio, que são os descontos progressivos para quem utiliza, ou seja, quanto mais utilizar dentro do mês, menor a cobrança, podendo chegar à 51,06%, o que só comprova a grande utilização da capital pelas cidades vizinhas.
1 – Temos no trecho entre Pedro Leopoldo e Belo Horizonte uma estrada duplicada, com folga para o aumento do fluxo, pois não há congestionamentos, e o valor seria para manutenção da pista, instalação de maior segurança e alguns pequenos serviços de baixo custo.
2 – Não há o que se questionar na necessidade de melhorias estruturais, como a construção de uma nova via entre Matozinhos e Sete Lagoas, portanto, o custo deve ser proporcional às obras. Mas da forma que está, é injusto.
3 – Regiões metropolitanas tem este nome por serem integradas a uma cidade mãe, em alguns casos, como aqui mesmo, o que separa Belo Horizonte de Contagem é uma placa. E a tendência é que os municípios vizinhos cresçam a este ponto.
A única vantagem nisto é que o governo está disposto a negociar, não sei se ao ponto de abortar o projeto ou entrar com contrapartida maior nos trechos realmente necessários, mas sempre será objeto de debate esta anomalia que sempre sobra para o povo pagar, já que o governo não gera renda, ele somente emite guias para cobrar de quem trabalha.