Um mês em tom delicado, suave e acolhedor é o outubro. Este ano, como sempre, veio com aquele toque floral, que nos oferecem as muitas flores da estação que reina no momento, a primavera… e veio de rosa, deixando um outro toque, o de nos lembrar do cuidado essencial com a prevenção do câncer de mama e de tantos outros males. Porque se tocar, por dentro e por fora, faz alguns bons “milagres”.
Aqui no Brasil, a Campanha Outubro Rosa teve início somente em 2002, com uma iluminação rosa em um monumento em São Paulo. Hoje, a campanha vem crescendo no país, mas a conscientização esperada ainda requer muito mais estímulos para se ver resultados cada vez mais consistentes.
Para dar mais sentido a esse movimento rosa mundial, muitas instituições públicas ou privadas organizaram neste outubro de 2022 palestras, caminhadas e rodas de conversa promovendo a conscientização através da informação para se prevenir do câncer de mama, de colo do útero e outros. Oportunidades para reforçar cuidados essenciais como a alimentação saudável, a prática de atividade física, consultas e exames médicos regulares.
E foi nesse cenário que aconteceu, espontaneamente, uma rede solidária, na qual participei de vários eventos de mais um “Outubro Rosa” em Belo Horizonte, Pedro Leopoldo, Matozinhos e Tavares (Confins), levando um pouco de minha história – uma dupla experiência com o câncer de mama.
Enfim, outubro foi um mês muito intenso. As Entrelaçadas, um grupo de pacientes do Instituto Mário Penna – em tratamento do câncer de mama – do qual faço parte, fomos ao Mineirão para assistir a jogos, e sermos destaque do “Galo” e do Cruzeiro na campanha Outubro Rosa. Também participamos de um desfile no Museu MM Gerdau das Minas e do Metal, de um “Café Rosa” na Arm-Cort, de uma roda de conversa na Câmara Legislativa de Matozinhos, além de palestras no DVG grupo e no CEMAI Chiquinho Carvalho.
Em ação de iniciativa própria do grupo Florescer no qual atuo, fizemos um movimento rosa, dia 23 de outubro, no bairro Felipe Cláudio de Sales. Distribuímos mensagens de incentivo para o autocuidado, e mimos com lacinhos rosa. Na interação, transeuntes eram entrevistados. Cátia de 47 anos disse já ter feito mamografia, mas que está há um tempo sem fazer.
Fernando relatou: “Cuidar é bom pois ficar enfermo não é fácil…” falando da situação em que se encontra sua mãe. A Janaína, na faixa dos 30 anos, alegou conhecer bem a Campanha Outubro Rosa e que se cuidar faz parte. Falou sobre a grande importância de conscientizar as pessoas sobre a necessidade de fazer exames do colo do útero por exemplo, pois o médico pode detectar anormalidades. E finaliza: “Depois que perde a saúde, não adianta beleza…”
A Júlia considerou “bacana e importante a ação rosa pois orienta as mulheres quanto a se prevenirem. Disse que a avó, mãe e tias fazem exames, mas ela não sabe a regularidade disso. Santos, ex-goleiro do Galo, morador do bairro, se aproximou, apresentou-se e quis saber qual o objetivo da nossa atuação no meio das pessoas. Ele fez bastantes perguntas, dialogou, elogiou a iniciativa, agradeceu e pediu um mimo para levar para a esposa que o aguardava para o almoço.
Assim, em meio a tantos outros afazeres, a campanha oficial terminou aqui e em todo o planeta. Mas, no dia a dia, no corre-corre, entre uma atitude e outra, ela persiste no cotidiano, já faz parte das necessidades da vida. Afinal, há sempre motivos para se cuidar mais e melhor de si mesmo.