Precisávamos e precisamos muito da Heineken. O que fazer agora?

Precisávamos e precisamos muito da Heineken. O que fazer agora?

Precisávamos e precisamos muito da Heineken. Nenhum empreendimento traria ao mesmo tempo tantos benefícios para a cidade. A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) calculou que, com a desistência da empresa de se instalar aqui, Pedro Leopoldo perdeu R$ 119 milhões em impostos municipais por ano – o correspondente a mais de 50% da arrecadação anual municipal. Além de 2 mil empregos diretos e indiretos e um aumento na massa salarial do município de R$ 164,1 milhões.

Eu acredito que o impacto na geração de emprego seria até maior. Se você aumenta a  arrecadação em torno de 60% , quantos projetos novos a prefeitura não poderia idealizar?

Não só as obras que o município precisa, mas também projetos sociais, culturais e ambientais. Qualquer pessoa ocupada pela Heineken, direta ou indiretamente, consumiria produtos ou serviços, o que obrigaria os estabelecimentos a contratar.  Enfim, é só imaginar a verdadeira revolução que a presença da empresa provocaria.

Precisávamos e precisamos da Heineken até mesmo para preservar outras áreas. Afinal, não teríamos a necessidade de criar novos distritos industriais para atrair diversas empresas, no máximo regularizar os existentes.  Sem contar que não temos áreas disponíveis para tal, com exceção da APE do Urubu, que começa onde fica a Franco Matos e vai até a BR 040.

Estamos no mato e sem cachorro no momento, sem áreas, cercados de negativistas, e isto é grave, pois prolonga o estado vegetativo da cidade quanto ao desenvolvimento econômico: não temos projeto, nem áreas, e os distritos industriais, que são pequenos, ainda não são regularizados.

Não podemos deixar que uma minoria de pessoas, que não acreditam que o desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental possam coexistir, definam o futuro da nossa cidade e região. Pensando em novas oportunidades e em uma mensagem firme aos investidores que querem trazer suas fábricas para a nossa cidade, devemos trabalhar em conjunto, empresários locais, sociedade civil, legislativo, executivo municipal e instituições de classe como a FIEMG para buscarmos um projeto que atenda às prerrogativas de sustentabilidade, como eram as da Heineken.

E que também demonstre essas prerrogativas e blinde os projetos contra ataques irresponsáveis carregados de fatores ideológicos, além de frágeis embasamentos técnicos. Essa mensagem tem que ser clara, límpida e inquestionável: se em várias partes do mundo, desenvolvimento econômico e sustentabilidade coexistem, em uma cidade como a nossa que possui milhares de hectares de parques e áreas de preservação, há uma possibilidade real de isso acontecer.

Basta termos vontade e pensarmos uns nos outros, porque nesse momento há pessoas que precisavam e precisam de oportunidades, muito mais do que possamos imaginar.

A rota do futuro passa por uma aproximação dos investidores e a demonstração de que não aceitamos e não aceitaremos inertes atuações como a do ICMBIO, que agiu ilegalmente no embargo, fato julgado pela própria procuradoria do Instituto em Brasília, a partir de um recurso Administrativo do Governo do Estado de Minas Gerais.

Embargo esse que alimentou idealizadores de uma petição on-line com falsos argumentos contra a instalação da cervejaria. Precisávamos e precisamos muito da Heineken, mas agora precisamos muito mais da união da cidade em busca de desenvolvimento, para apagar ou minimizar o impacto negativo que pode afastar completamente qualquer iniciativa de grande investimento na região.

O mundo inteiro funciona com sinergia entre o meio ambiente e desenvolvimento econômico, que é a comida no prato e geração de emprego e renda, por que aqui tem que ser diferente? Não tem, e depende somente da gente.

Emiliano Braga

Emiliano Braga é empresário, pai, filho, esposo. Administrador de empresas nos ramos de manutenção, comércio exterior, empreendimentos imobiliários, investimentos e agronegócios

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