O volume de chuvas que caiu na sexta e no sábado – 160 mm – é o maior em 20 anos na região metropolitana de Belo Horizonte, diz o meteorologista Ruibran dos Reis, da Climatempo. Não chove tanto assim por aqui desde 1992. Em Pedro Leopoldo, os cursos d’água estão cheios em várias localidades, a exemplo de Vera Cruz e Quinta do Sumidouro, que têm comunidades isoladas. A ponte da rua Francisco Azevedo, em frente à rodoviária, foi interditada pela Defesa Civil pouco antes das dez da noite, quando faltavam poucos centímetros para o ribeirão invadir a pista. A água já tomava os fundos da Maternidade e outros imóveis nas margens do rio, como a Lulute Veículos. A rua Pacífico José Diniz foi tomada pelas águas.
Os mineiros acompanham atentamente os desdobramentos das ocorrências provocadas pelas chuvas que caem ininterruptamente no Estado e suas consequências. O dique rompido que invadiu a BR-040, o transbordamento de cursos d’água, os deslizamentos de barreiras e desmoronamentos em regiões de risco e até mesmo a tragédia de Capitólio, que contabiliza dez mortos, mobilizam a população e deixam muita gente amedrontada.
É o caso do professor de Educação Física Roberto Leles, cuja casa dá fundos para o Ribeirão da Mata, próximo ao encontro com o Ribeirão das Neves, na região do Asilo. Leles e sua família estão apreensivos. “Há mais de 20 anos que ele não subia assim, desde a obra de alargamento que houve na década de 90”, disse o professor, referindo-se ao aumento da calha do rio que foi feito na administração Ademir Gonçalves. Segundo ele, o processo é vagaroso mas “a água sobe um pouquinho a cada hora”.
A água dos ribeirões não para de subir. E a chuva, por sua vez, também não para de cair. A Defesa Civil já esteve em vários locais de risco e alguns moradores foram orientados a deixar suas residências. O mesmo devem fazer, de forma preventiva, aqueles que moram sob as encostas de morros inclinados ou à beira de rios, alerta a Prefeitura de Pedro Leopoldo.
Telefones que podem ser úteis neste momento: Corpo de Bombeiros (193), Cemig (116), Defesa Civil (3662-1098/988143927).
Atualizações
Em Vera Cruz, a cabeceira de uma ponte caiu e moradores de várias fazendas e do condomínio Roseiral estão ilhados.
No paredão da MG-424, na altura do hospital desativado, desceu muita lama na noite deste domingo, exigindo cuidado por parte dos automóveis que passam por ali.