Toda cura ou remédio vem de experiências, que podem ser feitas em laboratório analisando substâncias ou em campo, observando a reação de um grupo de pessoas a determinada ação. Muitas soluções também nascem assim e não é de estranhar que o trabalho remoto de servidores públicos federais durante a pandemia de covid-19 resultou em uma economia de quase 700 milhões aos cofres públicos de abril a julho deste ano, quando comparados com os gastos no mesmo período do ano passado. Segundo o Ministério da Economia, somente em diárias, passagens e outras despesas de locomoção, gastou-se menos R$ 375 milhões naqueles quatro meses. E a conta de energia elétrica dos órgãos públicos ficou 211 milhões menor neste período.
Com os servidores trabalhando em casa, o governo economizou ainda 71 milhões com despesas tais como telefone e internet e mais de 26 milhões em água e esgoto. Só com cópias e reproduções, foram 7,6 milhões gastos a menos do que em 2019. Uma parte desta economia deve-se ao fato de que certos consumos passaram para a conta doméstica e estão sendo pagos pelos funcionários em suas próprias casas. Certos gastos, porém, simplesmente desapareceram porque não eram necessários. Ou o funcionário vai sair do isolamento pra fazer um xerox? Não, na maioria das vezes vai escanear o documento e mandar por email, se for o caso. Com as conquistas da tecnologia, viajar para fazer reuniões passou a ser absolutamente supérfluo, já que a troca de informações se mostrou eficaz via aplicativos. Estes são o tipo de despesa que as pessoas se acostumaram a fazer, custam caro, e que não melhoram em nada a qualidade do serviço prestado à população. E mostram com clareza a necessidade de se investir na modernização dos processos no serviço público.