Existe um parque de preservação ambiental pouco conhecido, bem perto de nós, pedindo por socorro. Você sabia disso? Pois você precisa conhecer essa história e se engajar nos movimentos que estão acontecendo aqui em Pedro Leopoldo e em São José da Lapa, para ajudar a preservar essa nossa riqueza ambiental.
Histórias lindas há entre a fauna e a flora, rainhas desse ecossistema, onde o sagrado se enche de alegria e a esperança alimenta a alma com muitos sonhos, paz, coragem, deixando a certeza de haver um paraíso bem ali, ou aqui, pelo qual somos todos responsáveis por preservar.
Há muitos anos, antes do Sobrado virar esse belo parque, viviam nele uma menina muito feliz e sua família. Na verdade, a menina mora lá até hoje. Até me faz lembrar os contos de fada…não sei o porquê. Ela sempre viveu naquele mundo preservado, onde adquiriu sua grande paixão pelo Meio Ambiente; sendo educada por seus pais que, com muita sabedoria, lhe ensinaram a cuidar da Natureza com todo amor do mundo.
Hoje, aquela criancinha saudável, que brincava pelas trilhas do Sobrado, ouvindo o canto dos pássaros, identificando-os um por um, olhando o céu pelos buracos da folhas secas que recolhia do chão, subindo nas árvores, pulando as pedrinhas pelo caminho de terra, esperando, dia após dia, mais uma borboleta do casulo surgir para completar sua metamorfose… está bem viva e encantada na pele da guerreira, guardiã desse importante parque, uma notória ambientalista na qual se transformou a dentista Silvana Maria Costa.
Seus pais lhe diziam algo marcante para suas decisões e que traz consigo sempre: _Filha, lembre-se “Os bens materiais nos são empréstimos, não os levamos quando vamos embora desta Terra.” Com essa convicção, a família aceitou a desapropriação de suas terras, sem revolta e mesmo com prejuízo econômico, para a criação do parque.
E esse é o entendimento que se espera dos proprietários das terras da zona de amortecimento – aquele perímetro entre o parque e os outros territórios que deve ser protegido, mas não os impede de lotear, empreender, lucrar. A luta é para que esperem o plano de manejo, respeitem regras que ajudarão na conservação do parque; sendo que, com isso, poderão ter suas terras ainda mais valorizadas.
Afinal, a menina Silvana quer saber, debruçada na varanda, olhando ao longe o voo das maritacas numa área de transição entre Mata Atlântica e Cerrado: quanto valor agregado não terá um local vizinho a uma área preservada, cheia de vida, que mantém o clima agradável e as águas sob a terra?
Essa menina, desde 2018, quando o Estado cortou a brigada do Sobrado, contrata brigadistas por três a quatro meses para proteger o parque. Mas desde 2010, ela atua no parque. Em metade deste tempo, foi remunerada como monitora operacional e, desde 2017, se tornou voluntária, indispensável. Sua especialidade é prevenir e combater incêndios florestais.
O Estado permitiu que a menina continuasse sua história, suas raízes são muito profundas para submetê-las a um adeus inconsequente. A menina é semente que se multiplica em defesa ecológica e sustentável! Silvana continua morando numa brechinha, fora dos limites, mas no entorno do parque, em um justo pedaço de terra que herdou. Acostumada a fazer tudo de coração, não resta dúvida, a menina está cumprindo a sua incrível missão de vida em defesa da Natureza.
Sabe-se que boa parte da zona de amortecimento está antropizada e poderá ser utilizada sem problema pelos seus donos, mas com restrições de tamanho de parcelamento e também com compensações para mitigar os impactos. Depois dessa conclusão, fiquei sabendo que no topo do Parque Estadual Serra do Sobrado um eco se ouve nos últimos dias:
“Será que os donos dos terrenos não podem ceder nenhum centavo dos seus futuros lucros em favor da conservação e do bem-estar de todos? Por isso essa pressa toda? ”
E o eco cresceu pela voz dos ambientalistas, que relatam: o plano de manejo está em andamento, portanto a prefeitura e todos que estão envolvidos nesse projeto deveriam esperar sua conclusão. Afinal, isso não os deixará pobres, mas será vital para diminuir os impactos no parque, que é uma área extremamente importante para regulação do clima, a recarga hídrica, a preservação de fauna e flora, dentre outros benefícios para um Planeta inteiro. Tudo está ligado, não vivemos em regiões fragmentadas, isso só está no imaginário dos mapas.
Não se esqueça, o eco no Parque Serra do Sobrado reage: é tempo de continuar a preservar. É necessário continuar a proteger. Preservar! Proteger! Proteger, preservar…