Sou governador de Minas para resolver os problemas dos mineiros, escreveu Romeu Zema em sua página no Facebook, ao lado de outras frases otimistas. Em um dos posts, ele aparece devidamente paramentado com uma máscara cirúrgica, junto a uma frase no mesmo sentido: “não gosto de polêmicas, estou aqui para trabalhar pelo estado e trazer resultados para Minas. Não quero holofote, pois isso tira o foco do problema real”.
Mas os holofotes estão sobre ele. Na semana passada, Zema concedeu extensas entrevistas à rede Globo, ao Valor e à Jovem Pan, entre outros veículos que têm aberto espaço para as boas notícias do governador de Minas. Para a população em geral e os servidores em particular, ele anuncia a inauguração do hospital de campanha, o pagamento do restante dos salários do funcionalismo e a renegociação de seus empréstimos consignados, além dos bons resultados no combate ao coronavírus.
Segundo dados oficiais, Minas tinha até essa segunda, 25/5, 6.962 casos e 230 mortes provocadas pela Covid-19, números baixíssimos comparados aos de São Paulo, com 82 mil casos e 6 mil mortes.”Vamos ser, no futuro, um caso de sucesso a ser estudado”, disse Zema.
Ao que parece, o governador mineiro quer se distanciar da polêmica, assumindo um posicionamento diferente do de seus colegas Doria e Witzel, de São Paulo e Rio, que optaram pelo confronto com o governo Bolsonaro. Não se sabe se por orientação de seu novo consultor de comunicação, Paulo Vasconcelos, Zema parece querer passar uma imagem positiva, de tranquilidade em meio ao caos. E, ao mesmo tempo, mostrar muitas realizações, próprias de um gestor na linha “gente que faz”.
A estratégia não é nova, mas tem seu apelo, principalmente durante uma crise política, fiscal e sanitária de tão grandes proporções. Certo é que o governador quer ser protagonista: entrou de vez na política, está gostando e tem planos de ficar. E, para isso, vai ter que mostrar serviço.