Como nas melhores histórias, tudo começou com um grande amor. Clarisse foi passar as férias com suas primas no Rio de Janeiro, no reveillon de 1969 para 1970. Foi quando conheceu Ademar que, poucos meses depois, na semana santa, veio a Pedro Leopoldo, atrás da mineirinha que o tinha encantado. O namoro prosperou e Ademar aproveitava as folgas no curso de Medicina para vir à cidade. Era muita estrada: Ademar morava no Rio, estudava em Vitória e namorava em Pedro Leopoldo, onde, como outros namorados da época, se hospedava no Hotel Castilho. Os dois se casaram em 1973 e foram morar no Rio, onde o jovem médico foi fazer residência no Hospital Miguel Couto.
Ademar especializou-se em Ortopedia com o Dr. Lídio Toledo, que era médico da seleção brasileira, tricampeã do mundo. Queria trabalhar no interior e que lugar melhor do que a Pedro Leopoldo de Clarissee? Os dois se radicaram aqui em 1975, onde tiveram três filhos – Eduardo, Luiz Guilherme e Rodrigo. E onde Ademar desenvolveu uma carreira intensa na Medicina, que começou na Itambé, em Sete Lagoas, como médico do trabalho. Logo depois, começou a atender no Hospital São João Batista, ao lado de médicos como Múcio, Ivo e Roberto Pedercini.
O primeiro consultório foi no La Poveda, há mais de 40 anos. De lá, foi para o Centro Médico da rua Dr. Rocha, onde está até hoje. Em Pedro Leopoldo, o ortopedista Ademar José Maia Dias foi além da Medicina. Muito brincalhão e amigo atencioso de todos – um gênio bom, como diz a esposa Clarisse – ele acabou na política. Secretário de saúde na administração Cecé na década de 80, tomou gosto e quis ser vereador. Foi eleito por três mandatos seguidos, de 1997 a 2008. Se deixou a política tradicional, ainda atua na representação de seus colegas de profissão, como atual presidente da Associação Médica de Pedro Leopoldo.
“Ele gosta das pessoas”, observa a esposa Clarice, destacando o bom humor de Ademar que, segundo ela, é também bem informado e culto, características que chamaram sua atenção desde aquelas férias no Rio, há cinquenta anos. Neste domingo, 10 de maio, Ademar faz 75 anos. Ao contrário de outros anos, esse período de pandemia vai impedir os abraços dos muitos amigos, como Dão Castilho, Marcelo de Josafá, Roberto Pimentel, José Luciano Issa, Mauricinho Carvalho, Gegê Nery, entre vários outros. Mas se falarão, é claro, repetindo uma rotina de amizade que já passa dos 30 anos.
Marco Antonio (Dão) Castilho diz que a amizade já está na terceira geração, entre sua família e a de Ademar. “Meu pai era colega dele de Rotary. Aliás, o último lugar que meu pai foi, antes de morrer, foi na casa dele. Eu ia nas viagens do Rotary e já me dava bem com ele, mesmo sendo mais velho”, diz Dão. “Além de superespirituoso, Ademar é do bem, um cara que ajuda muito as pessoas com a Medicina”, observa.
Dão compõe, ao lado de Roberto Pimentel e Marcelo Soares, “uma trinca que segura o gordo”. Marcelo é amigo há trinta anos. “Sempre convivemos como irmãos, apesar da diferença de idade. É um menino grande, com um coração do tamanho dele”, garante. Além disso, como médico, é querido e carismático: “tem um coração de ouro, pronto o tempo todo para ajudar todo mundo”, elogia Marcelo.
Roberto também conheceu Ademar no Rotary. “Ele conheceu pai, era mais novo que ele, a gente ficou amigo e posso dizer que somos praticamente irmãos, afinal são 30 anos de convivência”, diz o comerciante. “É um cara fantástico, de um coração boníssimo, é uma honra ser amigo dele”.
Ademar deixou sua marca como gestor de saúde com a criação do P.A, ainda na rua 27 de janeiro, perto da avenida Cauê, onde hoje é o Centro de Especialidades Médicas. Até então, Pedro Leopoldo não tinha um serviço público de urgência/emergência. Atendendo seu secretário de saúde, o então prefeito Cecé criou a unidade e contratou médicos de fora.
Alguns copiaram Ademar e ficaram aqui, como as doutoras Delma e Cristina. Coisa dessa cidade que costuma atrair para sempre quem chega aqui para trabalhar. Ademar, segundo seus amigos, adora o Rio de Janeiro onde nasceu, mas se considera pedro-leopoldense – e mineiro, já que é atleticano roxo – e daqui não sai de jeito nenhum. “É impressionante, desde que veio para Pedro Leopoldo, ele gostou e não quis outro lugar. Ele se encontrou aqui”, define Clarisse.
Motivos não faltam. A começar pela afeto de seus colegas de profissão, que pode ser conferido nas palavras de Sérgio Bogado, presidente da Unimed Pedro Leopoldo, cooperativa da qual Ademar é fundador. “Ao querido colega Ademar, muita paz, saúde e alegria hoje e sempre. Os cooperados da Unimed PL têm em você um exemplo de cordialidade, companheirismo e amizade e lhe desejam tudo de melhor que a vida pode lhe dar. Grande abraço, amamos você”, parabeniza.