Dia desses, encontrei Bianca na porta da Jaques (lugar mais propício não há!). Ela me disse de seu projeto “100 anos de Pedro Leopoldo e Zé Issa” e se, como editor de seus livros na gráfica Tavares, que também fez 100 anos, eu poderia tecer algumas palavras. Pois bem, ideias vão, ideias vêm, centenário acontece e agora vai. Valeu, Seu zé!
E, um certo dia, o centenário se faz presente.
Tantos anos, tantas vidas, milhares de histórias, zilhões de palavras impressas…
Dos tipos ao laser, da prensa à impressora offset, à impressão digital… e ao Serviço de Inteligência Gráfica.
Do Joaquim ao José e tantos que estiveram conosco ao longo deste caminho cheio de incertezas, desafios, conquistas e muitas alegrias. Sempre juntos, assim fica mais fácil.
Fundamentais, neste trajeto, família, colaboradores, clientes, amigos, fornecedores e parceiros: sem vocês, nada teria sentido. Obrigado demais.
Seu Zé Issa! Importante dizer do imenso respeito, admiração e carinho nosso por ele e dele por nós.
Como Editora de todos seus livros, era um prazer receber seus originais em A4 amarelados, datilografados em Remington manual, copidescados a lápis ou caneta em linhas sinuosas (no fim, trêmulas) a nos conduzir na materialização de suas lembranças e sensíveis percepções de uma realidade que se esvaiu ao som de “Perfume de Gardênia” e outras noites…
O prazer e o cuidado em levar as provas e ir coletá-las, as discussões sobre maitacas e tantas outras grafias que ele pedia ao sabor de cheiros, visões e sentimentos de outrora.
Sua forte personalidade a me chamar de ‘poeta’ e outros epítetos, pois me sabia sonhador e artista: “Coisas sérias, com Fred e Myriam.” A contar casos de meus predecessores: Joaquim e Zé Tavares. Compondo tipos com Vô, escrevendo ‘Passarela’… Coisas de Seu Zé.
Saudade é um trem danado. Ela não acaba nunca. E, enquanto vamos vivendo, ela vai crescendo, a danada, cheia de amores encantados: Pai, Joviano, Darci, Elias, Seu Zé, Vó dali, Vó de cá e tantos outros que nos fizeram…
Imortal! Seu Zé é assim. Ao cristalizar a cidade que tanto amou, ele cunhou para si um lugar em todos os corações daqueles que também são apaixonados por ela: obrigado!
“… Para ser sincero, eu acho que comecei a escrever porque meus amigos tinham queda para música, e eu não tinha… Depois não consegui mais parar… Valeu a pena? Sei lá. É uma pergunta difícil da gente responder, mais difícil do que a pergunta feita por minha tia rica. A única saída é coçar a cabeça e sair cantando ‘O-anel-que-tu-me-deste-era-de-vidro-e-se-quebrou’.” (J.Issa Filho)
E é assim, com RESPEITO, COMPROMISSO e FELICIDADE, que chegamos ao centésimo ano de existência da Gráfica Tavares. Que venham outros tantos…
ET (enrique tavares)